15 maio 2008

A "hora do fecho" do "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "Na hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com a "hora do fecho" desta semana:
* Novas leituras vão transpirando à volta da questão D.Lulu. Parece que o julgamento do causídico do Chókwé é outro palco para tentar fragilizá-la. Não é novidade que alguns sectores da maçaroca, incluindo o cachimbo, não morrem de amores por ela. No entretanto, alguns escribas estarão a dar uns saguates ao cachimbo que eles próprios não sabem.
* Num novo capítulo da novela CC, o advogado e deputado Frangoulis promete processar o advogado Albano Silva, tudo porque não é apenas o mecânico do Alto-Maé que ressuscitou a teoria da autoria moral colada ao filho do galo. E no meio das teorias e nomes de código, alguém maldoso faz notar que “frangou” e filho do galo poderiam ser a mesma coisa, voltando-se o feitiço contra o feiticeiro.
* E com tantos galos e galinhas engalfinhados, ainda há quem se pergunte onde andam as 340 galinhas que foram ofertadas a vários escribas em 2002. Com a crise que anda por aí o aviário dava um enorme jeito. Alguém quer repetir a gracinha?
* Um outro mecânico, este da Beira, pôs Moçambique também na rota da Bananalândia. Não é só Guiné-Bissau que polícias se matam por um cão, São Tomé onde se manda travar avião em plena pista ou Timor-Leste em que golpistas e captores confraternizam nas casernas depois de terem (quase) mandado o PR para o outro mundo. O mecânico fez do hospital mais emblemático do Dr. Tsunami a sua base de trabalho. Trabalhava numa área onde o mais comum dos mortais se diverte.
* E quem não está para brincadeiras, como sempre, é tsunami II. Promete que a sua nova frente de batalha são os media o que é uma grande coincidência. Finanças, Procuradoria, Tribunais e CSCS estão na mesma batalha. Youé, ela que é tão amiguinha dos escribas ...
* Os novos tigres da “unidade” estão a dar água pela barba ao tigre das engenharias financeiras na frente de Tete. Uns estão na térmica de Moatize, ou outro posicionou-se em Mapanda Nkwa. No entretanto, há uma “terceira força” que, diz-se, já assinou um memorando de entendimento com a barragem que é nossa para transportar a energia dos novos projectos. Energia está a animar mesmo.
* E a energia está tão quente que ainda não começou a corrida às 600 mil acções da hidrocarbonetos e já está a saber a pouco. O governo, contudo, aligeira a pressão dos doadores que querem mais transparência e gestão equitativa dos recursos naturais. O “zé povo”, por seu lado, fica a pensar que está a ficar emponderado pelo “capitalismo socialista” ao poder adquirir 10 acções por 2750 meticas. A gula ao concurso mostra também que, apesar da crise do 5 de Fevereiro, há muita liquidez à solta e falta de produtos financeiros. O que não deixa de ser uma dica para os bancos preguiçosos.
* Chissanos, Guebuza e os Machel tudo a telefonar. Parece que está completa a esquadria política para a azul disparar. Está tudo bom, nada mal.
* Guerras dos escritores também está ao rubro na AEMO. Confrade galardoado Manguana exige uma suspensão vitalícia. Será que renasce a ideia de associação alternativa. E será que a ideia contagia os escribas?
Em voz baixa
* Os chorudos prémios de jornalismo da CNN estão aí e, este ano, mais uma vez, há uma casa editorial moçambicana com motivos bastantes para sorrir, levando ao tapete os colegas de Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Cabo Verde.

Sem comentários: