Salomão Moyana e o regime de Mugabe

"Entrou já na sua derrocada final o regime ditatorial do Presidente Robert Mugabe, no vizinho Zimbabwe, onde um processo eleitoral, claramente ganho pela oposição, experimenta um estranho impasse na divulgação dos resultados da disputa presidencial" - eis o cabeçalho do editorial de hoje do semanário "Magazine Independente" (p. 7), escrito pelo jornalista Salomão Moyana (na imagem), para quem Mugabe governou o país nos últimos oito anos com uma "pesadíssima e irracional mão de ferro". E agora que o fim de Mugabe é "inquestionável", que devem fazer os líderes da região? Um real problema, porque salvo Mbeki - escreveu Moyana -, os restantes líderes nem sequer possuem o número de telefone de Morgan Tsvangirai. É que durante todos estes anos, esses líderes sempre encararam Tsvangirai como mero "fantoche do Ocidente e nunca como um líder zimbabweano genuíno, capaz de ser a solução do problema naquele país".

1.ª adenda às 10:47: entretanto, o presidente do ANC na África do Sul, Jacob Zuma, lamentou a não saída ainda dos resultados das presidenciais e afirmou que isso é mau para a democracia em África, contrastando com o tom do presidente da República, Tabo Mbeki. Duas importantes organizações sindicais sul-africanas pediram também a saída dos resultados. Se quer ler em português, use este tradutor aqui.

2.ª adenda às 10:57: o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, prémio Nobel da Paz em 1984, afirmou que Mugabe devia libertar-se a ele próprio e abandonar o poder para parar a tensão política, devendo convencer-se de que perdeu as eleições.

3.ª adenda às 11:16: temos, regra geral, tendência para atribuir a Mugabe a razão de ser de tudo o que se passa no Zimbábuè. Este personalização, esta mugabização deixa na sombra muitos outros fenómenos, como, por exemplo, este.