O presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulembwe, visitando os bairros à frente de uma brigada do Partido Frelimo, surgiu na Rádio Moçambique (RM) a enumerar, com voz calma, os funerais nos quais participou hoje e nos quais vai participar amanhã, referindo os primeiros nomes das vítimas e os apelidos das famílias enlutadas (noticiário das 19.30). Os funerais constituíram o cerne do noticiário. Ainda não apareceu nenhum jornalista na RM afirmando que os funerais poderiam não ter existido se medidas preventivas tivessem sido tomadas logo a seguir às explosões de Janeiro no paiol de Malhazine. No sábado, no habitual programa de debate das 09 horas, a tragédia foi evacuada do debate em favor do dia da União Europeia.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Os "camaradas" que refere estão treinados para surgirem como salvadores do povo com seus “kids” e depois da AR dirão que é preciso compreender as causas naturais.
Adiaram-se em Mocambique debates sobre explosões por causa do dia da União Europeia, mas eu aqui na Europa, dentro do território da UE, não adiei a informar a quem não sabia sobre o sucedido em Maputo nem adiei a discutir sobre isso.
Estes políticos metem nojo.
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