25 março 2007

Horror



Foto de Alfredo Mueche, semanário "Domingo" de hoje, 25/03/07, manchete.

4 comentários:

Anónimo disse...

A explosao do paiol de Machazine so pode ser explicado atraves da teoria do deixa andar. Se em Janeiro houve um forte sinal de que algo bastante perigoso iria acontecer e nada foi feito, significa que os responsaveis do paiol, em ultima analise o sr Tubias Dai, mostrou-se bastante negligente perante um problema latente actuando em concordancia com o principio do deixa andar, "publicamente assumido como uma das sentinelas da Pobreza". O presidente da republica, uma vez que o cunhado nao pretende por o lugar a disposicao, tem uma excelente oportunidade para, mais uma vez, mexer o xadrez do seu governo, demitindo o sr. Dai e, desta forma, fazendo-se coerente com os principios, escrupolosamente, defendidos por ele.

Outro assunto...nao percebo a razao do desdobramento do partido Frelimo em brigadas de trabalho nas zonas afectadas pela explosao, alguem compreende? Ministros, em pleno periodo laboral, representando o partdido Frelimo, em vez do governo, nas visitas domiciliarias, hospitalares, etc...Fica muito mal! A Frelimo parece-me, relativamente madura, portanto nao precisa de fazer aproveitamento politico de uma situacao pro ela criada e bastante sensivel.

Um abraco

Anónimo disse...

A cada dia que entro em contacto com os órgãos de comunicação, vou tendo conhecimento que o número de vitimas esta aumentando. E a cada aumento do número de vitimas nasce em mim a esperança que os responsáveis por tanta negligência dêem as caras. E a minha frustração por não ver isto acontecer faz me pensar mais e mais em Thomas Hobbes. E porquê?
T. Hobbes defende que a origem do Estado está num contrato/pacto firmado entre homens (que viviam sem poder nem organização), se estabelecendo a partir dai as regras de convívio social e subordinação política.
O Homem firma o pacto para sair da condição de guerra generalizada de todos contra todos, onde cada indivíduo governa-se por sua própria razão e pelo direito de preservação da sua vida podendo mesmo apossar-se do corpo dos outros. Isto é, enquanto cada homem detiver seu direito de tudo fazer (incluindo matar), todos homens se encontram na condição de guerra.
A saída passa por cada homem ceder o seu direito de proteger a sua vida e de se governar como bem entender à um poder soberano ―ESTADO (“Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas acções”–Leviatã, cap. XVII).
Assim, os homens estão dando ao Estado (que tem de ser soberano) o poder de instaurar a paz entre os homens garantindo sobretudo a vida destes mesmos homens. E todos concordam em obedecer a este Estado. Mas se o soberano (Estado) não consegue garantir a vida e segurança dos homens, desaparece a razão para que qualquer homem lhe deva obediência.

Para o nosso caso concreto, temos em Moçambique um poder que é soberano e que resulta de eleições. Isto é, temos um poder soberano instaurado por um pacto/contrato ― que são as eleições realizadas em 2004. Este poder soberano, dentre várias obrigações, tem a responsabilidade de garantir a segurança e vida dos cidadãos.
Na perspectiva Hobbesiana, se o mesmo (poder soberano Moçambicano) não consegue cumprir a principal razão da sua existência (garantir a paz e vida) qual seriam as razões para sua continuidade?

Com isto, pretendo chegar ao ponto que é inconcebível que num país com um governo eleito, morram mais de 80 pessoas e ninguém se responsabiliza por isso. A CULPA NÃO PODE MORRER SOLTEIRA
Elton B.

Papoila disse...

Amigo Carlos Serra, estou visivelmente compungida com a tragédia ocorrida em Malhanzine. Tenho o seu blog linkado em dois que possuo. Num deles usei esta foto e espero que não se sinta ofendido.
O meus sentimentos pela tragédia e parabéns pela informação.
Abraço
http://sol.sapo.pt/blogs/mssn/default.aspx

Carlos Serra disse...

AA, compreendo a sua preocupação. Elton, tb compreendo a sua, Hobbes está bem empregue no texto. Papoila, bem-vinda, use o que achar que deve usar, esteja à vontade e obrigado pelos elos criados.