Estamos confrontados com vários tipos de problemas no tema desta série. Eu poderia multiplicar aqui esses problemas (mesmo a nível causal), mas nesta série e por agora apenas terei em conta três, a saber:
1. O problema da criminalização de um homicida qualificado colectivo (permitam-me os juristas o uso na moldura jurídica desta tão pouco habitual expressão).
2. O problema da detenção de suspeitos de participação em linchamentos.
3. O problema da crença na feitiçaria.
Nota: a qualquer momento pode alterar o que aqui estou a escrever.
2 comentários:
Tinha ontem escrito que esta "onda" de linchamentos em 2008 teve um pico de frequência nos primeiros meses do ano, particularmente pouco antes e nos tempos subsequentes aos protestos de Fevereiro, tendo caído bastante a partir do momento (Maio) em que os emigrantes moçambicanos se tornaram vítimas de violência e linchamentos xenófobos na África do Sul.
Passados uns meses, dou hoje com este novo recrudescimento, que vem em ascenso desde Agosto.
Tenho que pensar melhor no assunto, mas não me parece que estas flutuações sejam casuais.
As duas primeiras são bastante compreensíveis à luz das sugestões interpretativas que já conhece.
Mas o que é que se estará a passar agora? O efeito traumático dos casos sul-africanos passou com o tempo? Há novos factores de desagrado com as condições de vida e a assimetria entre os que têm património e poder e os que não têm? Acontecu algo que faça pensar os estado (e as elites sociais ligadas ao poder) como mais "padrasto" do que antes?
O único aspecto que detectei (mas estou cá longe) foi o caso dos desvios de fundos no ministério da defesa, mas parec-me que não chega.
Confesso-me um pouco perdido, por insuficiente informação.
Paulo, também ando com grande dificuldade para encontrar algum possível novo fio condutor do que se está a passar. Tão mais quão temos os exemplos novos de Lichinga, Ilha Josina Machel e, tb, Boane. Continuo a estudar. E cá aguardo com ansiedade o seu trabalho...Abraço.
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