Bem, em postagem anterior, vimos um caso muito complicado relativo ao lobolo. Hoje, um dos meus assistentes deu-me conta das desventuras de um amigo, jovem casadoiro, que tem de fazer face, em seu imenso amor, a um lobolo para o qual a família da amada exige, entre outras coisas, não um computador qualquer, mas um computador HP. Sabem, nos anos 80 tive o privilégio de ser participante na elaboração de uma lista de lobolo. Lembro-me de um baú, de dois chapéus e de um casaco para o sogro, coisas assim. Tempos antediluvianos esses, comparados com estes, dos amores HP.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
5 comentários:
Parece-me que ha uma tendencia de contextualizar-se o Lobolo. Se ha cinco decadas um Xibaquela(1) de Vinho, uma capulana, um chapeu dentre outros bens que facilmente eram adquiridos na RSA, hoje, penso que é normal que se exija um computador, pois estamos num contexto que assim exige.
Abracos
(!) Garafao
Bem, bem...
Estes debate pode conduzir a uma analise que discrimina mais a mulher ao colocar o homem como vitima da familia da mulher com exigencias absurdas. Situemos o lobolo no contexto do casamento africano. E interessante que nunca ouvi nenhuma critica ao "Chiguiana" (O dote constituido por um reheio que a mulher leva de sua casa para o novo lar) que em alguns casos pode aproximar ou ultrapassar o valor do lobolo.
No meio rural e normal que o lobolo envolva uma junta de bois, visando compensar a familia pela perda de um contribuinte na economia agricola familiar e para elevar o status da familia (familias com gado tem o estatuto especial na comunidade). Como isto se reflecte no meio urbano?
Nao ataquemos, nos mesmos, umas das instituicoes Mocambicanas mais residentes a globalizacao e aos modernismos! VIVA O LOBOLO!
http://groups.msn.com/mocambiquearquivovivo/entrevistas.msnw?action=get_message&mview=1&ID_Message=25193
http://translate.google.co.mz/translate_s?q=preço+da+noiva+em+áfrica&hl=pt-PT&lr=&um=1&ie=UTF-8&sl=pt-PT&tl=en&tq=the+bride+price+in+Africa&sa=X&oi=clir&ct=search_link
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