26 outubro 2008

Quem lixa quem, linchando? (1)

“Linchar não é só incendiar o criminoso. O Estado lincha a nossa vida quando não nos protege” (depoente numa pesquisa feita sobre linchamentos)
Na edição de 6 de Abril deste ano, o editorial do semanário “Domingo” continha a seguinte introdução: “Generalizou-se a ideia segundo a qual os linchamentos feitos pelos populares, amotinados, em fúria e em algazarra, são consequência directa do facto do povo não confiar na Justiça em geral e na Polícia em particular. Uma ideia perigosa, talvez sentimento antes de ser ideia, que, a propagar-se como se propagada e afirma, mesmo em instâncias consideradas responsáveis, atrasa o desenvolvimento do estado de direito que queremos construir, na medida em que desculpabiliza a responsabilidade dos autores do morticínio, narcotizando-lhes a consciência, contribuindo até para acirrar a multidão descontrolada que mata selvaticamente sem o mínimo julgamento. Mata prevaricadores e inocentes. E exalta, em frente das câmaras de televisão, para que todo o mundo veja, o episódio bárbaro que acabou de realizar”.
No número seguinte desta série, vamos ver o que o semanário "Domingo" contém na edição de hoje sobre o que residentes da Malanga, periferia da cidade de Maputo, pensam da polícia.

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