14 março 2007

Manifesto dos Amigos das Florestas


"O Greenpeace denuncia: “Nos últimos trinta anos, a África perdeu 2/3 das florestas tropicais. Os países africanos aumentaram a produção industrial de madeira em 58% desde a metade da década de 90." - leia aqui.
Entretanto, no que ao nosso país concerne, importe aqui o Manifesto dos Amigos das Florestas, produto de uma coligação informal de cidadãos, organizações não governamentais, empresas, instituições académicas e outras instituições. Se puder, difunda este manifesto.

1 comentário:

Anónimo disse...

O relatório da senhora Catherine Machenzie vem, de uma forma científica, validar a percepção impírica, já há muito existente na Zambézia e no resto do país, sobre o preocupante estado das nossas desejadas florestas.

Infelizmente, o negócio em torno do precioso recurso tem de uma forma ilicita promovido o surgimento de uma pseudo-burguesia, que de uma forma desenfreada vai servindo de trampolim entre o mercado altamente consumista Chinês e as áreas de abate indiscriminado. Parece-me contraprudocente, admitir que pouco proveito, entenda-se para a economia nacional, esteja a ser tirado mercê de um conluio personificado no famoso “Chinese Takeaway”, altamente nocivo aos propósitos subjacentes na estratégia e na letra do propalado “combate a pobreza absoluta”.

O que fazer quando recursos que deviam ser geridos de uma forma sustentada encontram-se à saque? A resposta ou respostas são varias. Algumas evasivas, defensivas e outras promissoras.

Fiquei feliz com a iniciativa dos Amigos da Floresta, a qual subscrevo, de liderar e mobilizar a sociedade civil para, de uma forma organizada, proteger e conservar o recurso florestal. Defendo, energicamente, o papel activo dos diferentes seguimentos da sociedade civil na discussão, promoção dos nossos interesses nacionais.

O recurso florestal é estratégico, no sentido de que bem gerido cria riqueza, cria emprego muito anciado pela esmagadora maioria dos moçambicanos. Não se justifica a exportação de recursos florestais não processados. A final qual é a nossa estraégia? Queremos ou não promover economias de escala baseadas na industrialização de Moçambique? Qual é o benefício para as populações que vivem e que passam anos à fio a cuidarem desses recursos?

O relatório sobre o “Takeaway Chinês” veio, sobretudo, mostrar a fragilidade das nossas instituições. A lei de florestas e fauna bravia simplesmente não funciona. Quando uma lei é posta em causa ou quando não funciona deve ser automaticamente revogada.

Apoio na integra a proposta de estabelecimento de uma moratória acompanhada de uma reflexão, com efeitos práticos, sobre este assunto e acompanhado de uma responsabilização.

Moçambique precisa das florestas não para hoje e nem para amanha. Precisamos das florestas para sempre!