Coloco como hipótese que dentro de 30 anos o nosso ensino estará consideravelmente despolitizado, tornado sistematicamente instrumento técnico e neutro de "ensino e aprendizagem". As contradições sociais terão tematicamente substituídas por diferenças secundárias, especial ênfase será dada à "diversidade cultural". Os feitos gloriosos e os heróis de um certo perfil receberão glosas permanentes. Mas não só.
(continua)
2 comentários:
Aí está a grande diferença entre o passado e o futuro. O Passado simplesmente já passou. Podemos, a nossa maneira e ao nosso contento, transformá-lo; enquanto que o futuro não. Tudo o que dissermos não passa de uma mera especulação.
Se o nosso ensino será despolitizado? Tenho muitas dúvidas. Pode ser que sim. A vitalidade de uma geração dura por ai uns 20 anos. Feita as contas, analisando a conjuntura actual, a multiplicação de pequenos Chipandes, Paúndes, asfixiamento de pequenos Samora, Rebelo, etc., etc., esta análise pode não ser correcta. Acreditando que o ensino será, hoje e no futuro, um manifesto do partido Frelimo.
O nosso ensino está agarrado ao poder como está a classe média activa no país. A revolução de um sistema passa necessariamente pela academia, aqui, na academia, infelizmente, temos todo o tipo de gente: camaleão, cágado, Cristos, Pilatos, Orangotangos, enfim, nem mesmo a revolução verde não passou disso mesmo.
Porém, uma coisa é certa, vamos ter pequenos "focos de letrados", uma pequeníssima casta de letrados a tentar uma certa "independência de pensamento", tal como agora, mas não passará disso.
Zicomo
Na verdade, esse cenario de 30 anos e o que ja podemos encontrar em Macau, uma regiao administrativa especial que todavia, nunca teve partidos politicos - embora pudesse te-los- preferindo, outrossim concentrar-se em assuntos meramente economicistas.
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