20 outubro 2008

Praça André Matsangaíssa na Beira: o que significa? (2) (continua)

Temos, então, a Praça André Matsangaíssa inaugurada na Beira, inaugurada não por Afonso Dhlakama, presidente do partido Renamo, ou por algum dos seus braços direitos, mas pelo jovem edil da cidade, Eng.º Deviz Simango, que a Renamo não apenas preteriu como seu candidato às eleições municipais do próximo mês, como, também, interditou de usar os símbolos do partido. O acto, realizado no populoso e famoso Bairro da Munhava (quem ganha a Munhava ganha as eleições na Beira) foi marcado por uma cerimónia povoada de gente, de régulos e do presidente da Assembleia Municipal, um antigo combatente da Renamo. No fim cantou-se o hino nacional. E enquanto isso ocorria, estava Dhlakama em Maputo assinalando o aniversário de Matsangaíssa em cerimónia de quadros. Qual o significado da inauguração da praça? Este: o jovem edil beirense assegurou a sua independência e a sua popularidade, sem abandonar o cordão umbilical renamiano (louvou publicamente um dos seus pais fundadores de guerrilha) e sem jogar fora a sobrinha do hino nacional. Temos não a tríade de Hegel, mas a dialéctica à Deviz.

4 comentários:

Anónimo disse...

Essa Renamo a cada dia produz algo novo no cenario politico do País, permita-me Pofessor que adiante duas hipoteses Temos, relativamente a inaugoração da Praça André Matsangaíssa na Beira, na ausência do ditador.

(1) Sendo Matsangaissa uma figura inconstestavel no seio da Renamo, Deviz pode ter tomado a dianteira de inaugorar a praça como forma de fragilizar ainda mais a Renamo (de Dlhakama), isto é mostrando que a Renamo não esta em sintonia internamente(não tem um programa concertado de celebração de suas datas historicas.

(2)Segundo a Postagem o evento teve participação das massas, isto pode eventualmente por em causa a ditadura/autoridade/propriedade que o Afonsinho ostenta nos midias, sempre que é questionado sobre os destinos do Partido.

Irei aguardar atentamente o continuação da serie.

Maxango

Anónimo disse...

Perdoem-me rectifico alguns erros, pelos menos os visiveis a olho nú (pressa muita pressa)

Dizia:

Essa Renamo a cada dia produz algo novo no cenario politico do País, permita-me Professor que adiante duas hipoteses relativamente a inaugoração da Praça André Matsangaíssa na ausência do ditador.

1ªHipotese
Sendo Matsangaissa uma figura inconstestavel no seio da Renamo, Deviz pode ter tomado a dianteira de inaugorar a praça como forma de fragilizar ainda mais a Renamo (de Dlhakama), isto é mostrando que a Renamo não esta em sintonia internamente(não tem um programa concertado de celebração de suas datas historicas.

2ª Hipotese
Segundo a Postagem o evento teve participação das massas, isto pode eventualmente por em causa a ditadura/autoridade/propriedade que o Afonsinho ostenta nos midias, sempre que é questionado sobre os destinos do Partido.

Irei aguardar atentamente a continuação da serie.


Maxango

Carlos Serra disse...

Aí estão hipótese que nos obrigam a pensar...Obrigado.

Reflectindo disse...

Bom, achei interessante a inauguração da Praça André Matade Matsangaíssa, o símbolo da Renamo, na ausência voluntária do Presidente histórico do Partido. Muito interessante que tenho o artigo do Canal de Moçambique arquivado no meu blog.

Na minha opinião, não foi nenhum plano de Daviz Simango, uma vez que isto foi um projecto do ano passado. Apenas Daviz Simango é consequente – lançou a primeira pedra e como faz com a sua governação, quis cumprir o seu programa sem rancor com ninguém. Segundo, o Canal de Moçambique, Daviz teve a humildade de convidar o Presidente Afonso Dhlakama à cerimónia da inauguração. Infelizmente, ele não foi nem sequer delegou alguém para o representar. Os delegados provincial e da cidade da cúpula também não foram. Eles boicotaram a cerimónia como boicotam quando se celebra Samora Machel ou qualquer herói por eles considerado da Frelimo. Fico eu com muitas interrogações. Portanto, Dhlakama e os seus seguidores não reflectiram como nunca reflectem sobre as consequências.

Mas também, como foi a passagem do dia em Maputo? Pelo que vem na imprensa, foi mais terrível para ele, foi para perder mais pontos. Chamar os seus assessores de estudantes e recrutas, não acho ser boa maneira de um dirigente. O Presidente da Renamo sabe bem de como estes “estudantes” e “recrutas” têm redobrado esforços para uma boa imagem da Renamo e de ele mesmo. Também, ele devia pensar de como a sociedade civil, a comunidade nacional e internacional o interpretam que como ele se interpreta a si mesmo. Muitas vezes isto me preocupa. Depois foi quando foi interpelado pela Ivete, a viúva do ex-secretário-geral e isso não simplesmente por ele mudar as designações. Enfim...

Para mim, isto foi mais uma promoção gratuita a Daviz Simango a quem foi deixado com o símbolo mais importante da Renamo – André Matsangaíssa por um lado, o símbolo nacionalista e patriótico – o Hino Nacional, por outro.