09 março 2008

O pinda moto


De acordo com o semanário "Domingo" de hoje, o administrador do distrito de Caia aprendeu com o colega de Chemba a conseguir que os camponeses e pastores afectados pelas cheias do rio Zambeze construam casas de alvenaria em áreas seguras. E parece que, a esse propósito, se enraizou a expressão motivadora em língua ChiSena, tchindja makaliro, que significa algo como "fazer mudanças na vida" (p. 16). Porém surgiu o problema do pinda moto. Clique na imagem duas vezes com o lado esquerdo do rato para a ampliar e ler.
Paulo Granjo: qual a sua opinião sobre o pinda moto?

20 comentários:

(Paulo Granjo) disse...

Ó Serra: você está a encomendar lenha para eu me queimar!

Para começar, é bem provável que "tchindja makaliro" seja mais uma nova forma de tradução positiva para "desenvolvimento" - como você logo notou, e por isso meteu no post, sua raposa velha.
Que nos dizem disso os leitores falantes de ChiSena?

Quanto ao "pinda moto", nunca tinha ouvido falar, mas claro que isso não quer dizer que não existisse antes.
Também nisso, os leitores originários da região (e os seus "mais velhos") poderão ser uma grande ajuda.

Creio, no entanto, que não é muito relevante que o "costume" seja antigo, inventado há uma semana, ou reinventado a partir de qualquer outro.
Isto porque a "tradição" - seja no vale do Zambeze ou em qualquer outro lugar do mundo - é um conjunto dinâmico em permanente mutação, onde costumes antigos e novas ideias perduram, desaparecem, são inventados ou modificados, em resultado do sentido que fazem (ou não) para as pessoas, em função de condições de vida que são, elas também, mutáveis. Ufa! que frase comprida.

O que acho mais interessante é que as mudanças e inovações não se fazem no vazio, a partir de nada, mas a partir da matéria-prima cultural que já existe, ou com que se está agora a ter contacto (um exemplo moçambicano muito interessante, os rituais de limpeza pós-guerra civil, pode ser lido em http://antropocoiso.blogspot.com/2007/02/limpeza-ritual-e-reintegrao-ps-guerra.html).
Por outro lado, os costumes não perduram ou se instalam por imposição, mas em resultado de um mínimo de consenso social, sempre alcançado num contexto de relações de poder.

Na hipótese de o "pinda moto" ser uma invenção recente ou uma reinterpretação de algum arcaismo, esse tipo de dinâmicas ficam bem à vista:
Um pouco por toda a África e restantes continentes, é comum que as artes do fogo (metalúrgicas ou de barro) sejam envoltas nalgum secretismo técnico, interdições e auspiciações, quando não equiparadas à feitiçaria. Portanto, essa invenção faria sentido para quem a ouvisse e, como ninguém conhece todos os costumes da sua cultura (particularmente os que sejam supostamente mais secretos), a coisa será aceite se tal se justificar para quem a tiver que a aceitar.
A intervenção do Administrador (certamente por terem já sido expressas reservas por parte de elementos da população), baseada numa relação de poder diferente daquela que liga quem precisa de tijolos e quem os sabe fazer, quebrou o grau de consenso social que se tivesse instalado acerca do "pinda moto", levando à sua regeição.

Se, pelo contrário, o "pinda moto" era de facto uma tradição antiga, o seu desaparecimento algo forçado não seria também nenhum drama de lesa-cultura.
As culturas estão em permanente mudança e só são "património" naquilo que têm de vivo. O que deixa de ser aceitável ou de fazer sentido para as pessoas desaparece, modifica-se ou não é mais do que um esqueleto, vazio do sentido que já teve e deixou de ter.
Por exemplo, não estamos à espera que o Presidente da República receba a Rainha de Inglaterra nu e sentado em cima de bosta de vaca, lá por isso ter sido a tradição há cento e tal anos, pois não?

(Paulo Granjo) disse...

Já agora, para me salvaguardar de sensibilidades mais exacerbadas e menos conhecedoras, deixe-me acrescentar que também ninguém espera que, num jantar oficial, a Rainha de Inglaterra dê traques à mesa ou limpe a boca à manga do vizinho do lado, conforme era costume da sua cultura, há uns séculos atrás.
(veja-se http://antropocoiso.blogspot.com/2007/04/manires-de-table-no-renascimento.html)

Anónimo disse...

É um grande prazer lê-lo, Paulo Granjo, como é sempre ler o Professor. Uma excelente parceria na antropologia e na arte da escrita.
Fátima Ribeiro

Carlos Serra disse...

Hum...bela resposta Paulo! Olá, Fátima!

Anónimo disse...

Olá, Professor. Não tenho entrado, mas já sabe que ando sempre por cá.
Fátima Ribeiro

Carlos Serra disse...

Está bem...

Anónimo disse...

Viva, professor Granjo.

Onde é que arranjou aqueles apontamentos do Leonardo da Vinci? É mesmo engraçado.

C. B.

Anónimo disse...

Que tal se Paulo Granjo e os seus informadores nos indicarem aqui o significado de Nhlovuku, que não seja desenvolvimento, progresso, melhoria do bem-estar? Para muitos de nós, falantes de changana, sempre que esta palavra aparece é com esses significados. E isso não aconteceu da independência para cá! E essa palavra não é um neologismo. É uma palavra antiga do Changana, e creio que do ronga e do chitswa também. Se não significa desenvolvimento, progresso, melhoria do bem-estar... Então, qual é o seu significado.

O que estou a sugerir é que Paulo Granjo deve ter mais prudência na sua conclusão de que es linguas bantu não têm nenhuma palavra para desenvolvimento. Como o próprio reconhece, deve articular mais com linguistas, este país formou uns tantos exactamente especializados em linguas bantu.

Uma última sugestão. Paulo Granjo pode comprar, na África do Sul, um dicionário de Changana para Português. Vá para a palavra Nhlovuku e veja o que ela significa. O facto de, naquele país, o changana ser lingua de ensino já há bastante tempo, fez com que eles tivessem muitos materiais nessa lingua, incluindo dicionários

Anónimo disse...

Deixa lá ver se consigo traduzir em miúdos (português: trocos) o que o Paulo Granjo poderá querer dizer.

A palavra desenvolvimento, tal como a palavra internet, são palavras recentes (mantendo-se as devidas distâncias). Como se diz internet em changana?

Também em português há muitos conceitos que não têm uma palavra específica, ou porque são recentes (como é o caso da maioria dos termos usados na informática e isso não quer dizer que sejamos atrasados nesse campo) ou porque na nossa cultura não fazem sentido como é o caso do lobolo (muitas pessoas usam o termo mais aproximado, dote, mas que não quer dizer exactamente o mesmo).

Penso que era isto que o Paulo Granjo quis dizer. Em changana, para se referir desenvolvimento, nos locais onde esse conceito recente já existe, usam-se palavras aproximadas mas que não querem dizer exactamente o mesmo.

Anónimo disse...

Cara Marta, as teorias de desenvolvimento são recentes. Mas os actos de progredir, melhorar o estado de bem-estar, desenvolver-se, vêem acompanhando a humanidade desde há milénios. E para esses actos, a palavra que o changana codificou para os designar, é nhlovuku. Isso é o que eu estou a dizer.

Não sei como é que os portugueses designavam a eeses actos antes da emergência das teorias de desenvolvimento. Estou no entanto por crer que existia(m) palavra(s) para os designar.

Penso claro que agora ficou claro o que estou a dizer. Não estou a defender que, há 200 ou 300 anos atrás, os changanas se reunissem para debater teorias de desenvolvimento. Tinham, no entanto, uma ou várias palavras para designar o acto de desenvolver. E a palavra que eu aqui lancei foi nhlovuku.

(Paulo Granjo) disse...

1.

Então a "casa" é do Carlos Serra e comigo é que vocês falam? Já não há respeito pelos mais velhos?

Agora a sério.

Caro CB: aquele texto é de um livro que se chama mesmo "Apontamentos de Cozinha de Leonardo da Vinci". Tenho ideia que a editora tem um nome mitológico (não sei se Minerva se Atena), mas com o título do livro será fácil encontrá-lo em pesquisa na net.
Entretanto, suponho que assinou com as iniciais por esperar que eu as reconhecesse. Só me lembro daquele ex-aluno bem disposto que certo dia me fez de repórter fotográfico durante uma cerimónia delicada. Se é o caso, peço que me telefone, pois há um mês que tento ligar para o seu número, que parece estar desligado.

(Paulo Granjo) disse...

2.

Cara Marta: É praticamente isso, embora existam mais algumas possibilidades para os falantes de uma língua visto que, como só em França ela é policiada (a Academie Française), o pessoal usa-a como precisa e lhe dá mais jeito.
Assim, pode simplesmente importar-se uma palavra de outra língua -como "post", "e-mail" ou "lobolo" para português ou como, a exemplo de uma reunião a que assisti hoje de manhã, "associação", "sócio", "assembleia geral" ou "presidente do conselho fiscal" para changana.
Pode também adaptar-se uma palavra de outra língua à sonoridade da nossa, como os anglicismos e galicismos de que a língua portuguesa está cheia, a par de alguns changanismos - como, por exemplo, "lobolar" ou "paxar".
Pode também fazer-se da forma que tão bem sintetisou, mas as palavras não têm necessariamente que ser muito aproximadas ou, sequer, que se saber o sentido preciso daquilo que se pretende "traduzir" - tal como acontece com o anónimo que a antecedeu relativamente a "desenvolvimento", e a todos nós, relativamente a muitas palavras que usamos.
A consequência sociologicamente relevante é, no entanto, que a palavra escolhida e os seus sentidos anteriores não são indiferentes para a forma como é entendido aquilo que ela passa a designar.
Se ela tem uma conotação positiva, como no caso referido pelo Carlos Serra neste post, ela tenderá a ser mobilizadora.
Nos casos em que a palavra estava ligada a "transformação", dependerá do contexto anterior do seu uso, muitas vezes ligado a "desequilíbrio social", "ameaça" ou "caos" e, por isso, negativo.
Na hipótese que coloquei noutra caixa de comentários (e que o nosso anónimo para aqui rebocou), a palavra original, embora ontológica e cosmológica, é muito adequada a um uso materialista, já que se refere a uma acção de melhoria de vida sem interferência de feitiços ou entidades espirituais.
É assim por todo o lado mas, aqui, parece que a realidade é insultuosa. Ou então é insultuoso que um estrangeiro se dê ao trabalho de perguntar a pessoas sem "canudo" coisas que são desprezadas por aquelas que o têm.

(Paulo Granjo) disse...

3.

Caro anónimo:
Então você migrou da outra caixa de comentários?

Creio que terei que ser eu a responder porque, dos vaNyanga meus conhecidos, só 2 têm computador, mas não se metem nestas coisas. Também só 5 é que têm mestrados ou licenciaturas, o que faz deles uma ínfima minoria. Mas adiante.

A pegunta que faz já está respondida na caixa de comentários de onde a trouxe mas, como não compreendeu a questão, vou tentar explicar de forma mais simples.
Não é fácil pois, como sabe, a inteligência, a escolaridade e o conhecimento não andam necessariamente de mãos dadas, pelo que os conceitos criados por analfabetos e aprofundados por pessoas de pouca escolaridade são, muitas vezes, bastante complexos. Mas vou tentar.

Conforme você certamente sabe, a julgar pelo grau de certezas que expressa, na visão do mundo que é "tradicional" nesta região não há acasos. Uma árvore cai por causas naturais mas, se alguém levar com ela na cabeça isso necessita de outra explicação. Feitiçaria, suspensão da protecção dos antepassados ou incapacidades da pessoa - ou capacidades, pois isto aplica-se tanto às coisas boas como às más.
Acerca disto e das suas consequências, que é uma conversa longa, pode ver http://antropocoiso.blogspot.com/2007/02/determinismo-e-caos-segundo-adivinhao.html e também http://antropocoiso.blogspot.com/2007/05/drages-rgulos-e-fbricas.html
É neste último tipo de explicações que se insere o conceito de "Nhlovuku", quando utilizado em sentido filosófico.
Nesse contexto, Nhlovuku é uma situação (ligada individualmente a uma pessoa específica, mas que não depende de um poder que esta possua) de continuada melhoria da sua vida, sem que exista nisso intervenção, favorável ou desfavorável, de feitiços ou espíritos.

Os dados são estes. E, a estes dados, ou os aceita ou os rebate por conhecer tão exaustiva e aprofundadamente as cosmologias locais que pode dizer aos vaNyanga, especialistas na sua aplicação, que não senhor, eles não usam nada este conceito - é impressão deles, pois você é que sabe.

Os depoimentos que tenho até aqui indicam que esta utilização filosófica da palavra é bastante mais antiga do que a sua utilização corrente, como sinónimo da palavra portuguesa desenvolvimento.
Quanto a isso, eu, por mim, vou investigar.
Você poderá discutir.

Mas, para discutir, convém que:

1 - veja qual é a sua idade, quando é que ouviu pela primeira vez a palavra e, já agora, pergunte a pessoas mais velhas.

2 - conheça ou aprenda as cosmologias "tradicionais" acerca das explicações do infortúnio e do sucesso.

3 - vá aprender qual é a diferença entre "desenvolvimento", "progresso" e "melhoria do bem-estar", pois estão muito longe de ser sinónimos em português.

Sem isso, uma discussão não vale a pena.
Não vale a pena para si, porque não saberá do que é que está a falar e irá fazer figuras tristes perante quem saiba - o que é sempre chato, mesmo sendo-se anónimo.
Não vale a pena para os outros, pois só irá gastar o tempo e a paciência de quem tenha a boa educação de lhe responder.

(Paulo Granjo) disse...

Já agora, Marta:

É claro que há uma muito antiga e óptima palavra changana para "Assembleia Geral".
Mas não quer dizer "assembleia geral" ou "conferência" (como a certa altura se discutia na tal reunião), mesmo se também designa uma reunião geral para tomar decisões.
O contexto era outro e as pessoas é que mandam no uso da sua língua, não os censores daquilo que acham que devia ser.

Carlos Serra disse...

Cá por mim, fascinaram-me as quatro frases seguintes:"Os hábitos e os costumes da população daqui também fazem as suas linhas"; (2)" (...) aí entraram em cena alguns espertinhos dos povoados..."; "(...) a mentira tem pernas curtas..."; "foi assim abolida a prática do pinda moto". Por outras palavras: a tesoura perversa que tem uma haste impregnada de tradição e a segunda haste impregnada de "esperteza" e de "mentira". Quatro frases que, só por si, dariam uma excelente pesquisa. Sempre me fascinarão os sedimentos que as coisas têem ou parecem ter. E partilho por completo, com o Paulo, a concepção de uma "tradição" em permanente alteridade. Por outro lado - permitam-me agora uma coisa marginal -, se eu tivesse de estudar digamos que a "cultura Sena", ela toda um produto de brassage secular em meio a um vale, o do Zambeze, que pejado foi de guerras de terras e de senhores, investigaria em profundidade, também, os verbos, especialmente o infinitivo. Tenho para mim que, por hipótese, o infinitivo (ou um infinitivo que não existe?) tem mais força do que o presente do indicativo. O desenvolvimento, a força dinamogénica da vida, habita-o. Creio que li algo interessante há anos no bom padre Tempels. E ja coloquei esse desafio a colegas linguistas. Enfim, tolices hipotéticas. Perdoem-me.

(Paulo Granjo) disse...

Serra:

Concordo plenamente e assino por baixo.

E, enquanto espero pelos resultados do desafio/sugestão de pesquisa que deixa aos linguístas, desejo que algum historiador pegue nas frases que indica e vá andando para trás, estudando a relação dúbia e dúplice das sucessivas elites urbanas com a "tradição" de raízes rurais - simultaneamente legitimadora de uma especificidade e identidade nacional, por um lado, e sinal de "atraso", "charlatanice", "obscurantismo" e "ignorância", pelo outro.
Bem... não é nada que não tenha acontecido com o romantismo europeu; mas aqui, se calhar, as consequências são mais relevantes e importantes.

Carlos Serra disse...

Isso mesmo!

Anónimo disse...

Apesar do tom quase que insultuoso de Paulo Granjo, estou aqui de volta. Os seus tinyangas não são os únicos conhecedores das nossas linguas. Ademais, seria interessante ver o seu questionário, para ver se o senhor não estará a obter as respostas que os tinyangas julgam ser as que lhe interessam. Como deve saber, a julgar pelo grau de certezas que expressa, esta é uma situação comum em pesquisa.

É claro que conheço a diferença entre progresso, desenvolvimento, etc. Só que, num dos seus primeiros ensinamentos, dizia-nos que as linguas bantu não possuiam nenhuma expressao para qualquer destes fenómenos socio-económicos. Creio já ter lhe demonstrado à saciedade que essa expressãqo existe, não só para o changana, mas para todas as linguas bantu.

Claro que vai tentar enganar os encautos com palavras como cosmogonia, ontológico e similares. Vai ainda tentar exagerar as crenças fatalistas dos changanas. Quem o ouve (ou o lê) pode ficar a pensar que, por estas bandas, fica-se à espera dos "feiticeiros e espíritos" para as coisas acontecerem. Que as pessoas não investem em esforço, em trabalho, em persistência, para mudarem de vida para o melhor, para progredirem, para se desenvolverem. Pode ser que alguém acredite nisso.

Contudo, independentemente de todos os sofismas que possa usar, as linguas bantu possuem uma expressão para desenvolvimento. No caso específico do changana, essa expressão é nhlovuku. E, contrariamente ao que afirma, não surgiu da independência para cá. Nem ganhou essa significação dessa altura para cá.

Espero ansiosamente pela publicação das conclusões do seu estudo. Prometo-lhe desafia-las de maneira mais sistematizada, mais elaborada do que o tenho feito nestes comentários. E pode crer que nessa altura assinarei meu ensaio ou papper.

Anónimo disse...

PARA QUEM TENHA ESQUECIDO, SÃO DE PAULO GRANJO AS SEGUINTES PALAVRAS: "Só cheguei a esta apresentação descritiva do conceito que está por detrás da palavra devido à impossibilidade de a traduzir pelas palavras que ia sugerindo. Isto porque os meus interlocutores foram bem claros que nhlovuku não era "enriquecimento", "avanço", "progresso", "desenvolvimento" ou "sorte", nem sequer a capacidade para essas coisas."

ORA, PASSANDO POR CIMA DE OUTRAS ENORMIDADES DESSE SENHOR, QUE NEM SEQUER CHANGANA FALA, SE NHLOVUKU NÃO QUER DIZER "avanço", "progresso", "desenvolvimento", O QUE QUERERÁ DIZER ENTÃO?

ENTRE OS MAIORES ANTROPÓLOGOS QUE PASSARAM POR ESTAS BANDAS, OS QUE PRODUZIRAM UMA OBRA DE VALOR, NÃO SÓ SABIAM FALAR AS LINGUAS LOCAIS, COMO VIVIAM PRATICAMENTE NO MEIO DOS TAIS BANTU. É SÓ LEMBRAR HENRY JUNOD. E, LENDO OS LIVROS DESTE EMINENTE ESTUDIOSO, É POSSÍVEL ACOMPANHAR O MÉTODO ATRAVÉS DO QUAL CHEGA ÀS CONCLUSÕES QUE AVANÇA. NÃO HÁ LÁ MAGIA NEM TRUQUES.

JONAS LANGA

Anónimo disse...

Sr. Jonas Langa:
O Padre Henry Junod esteve em Moçambique século XIX, não falava changana nem outra língua nacional (tinha acólitos e evangelistas como tradutores) e interessava-se por magia, que são 250 páginas do seu livro. O método dele, lendo os livros, era ouvir esses fieis sobre costumes que lhes reprovava, ver algumas coisas e utilizar raciocinios evolucionistas, em que nós éramos selvagens que ele podia civilizar.
Se gosta, eu não gosto.
Sou docente da UEM e nenhum dos muitos antropólogos estrangeiros que conheci falavam changana e vários nacionais também não. Este, pelo menos, penso que está a aprender.
A unica enormidade aqui é a sua ignorância, Sr. Langa.