04 março 2008

Jone e a infra-estrutura da violência

A abertura do ano judicial constituiu motivo para várias intervenções e condenações da violência resultante das manifestações ocorridas no país. Mas Hermenegildo Jone, presidente do Tribunal Provincial de Sofala, foi, segundo "O Autarca", mais longe um pouco: "Não podemos pedir que o cidadão paute por cumprimento da lei enquanto nos mantivermos numa situação de clara violação dos Direitos Humanos". Confira aqui.
Adenda às 17:46: enquanto isso e de acordo com "O Paísonline", posição diferente tem o juiz presidente do Tribunal Provincial de Manica, a saber: "O juiz presidente do Tribunal Provincial de Manica, Tomé Matuca, considera que a ocorrência de casos de linchamento deve-se, em parte, à falta de conhecimento sobre o acesso à justiça por parte da sociedade civil. Este pronunciamento surge uma semana depois de Manica, província central de Moçambique, ter sido assolada por uma onda de linchamentos que saldaram em 11 vítimas, das quais duas mulheres. Apesar de Tomé Matuca acusar a população de desconhecer os procedimentos para o acesso à justiça, o mesmo revelou que a província de Manica possui cerca de 7500 processos pendentes sem arguidos presos, com incidência para a cidade de Chimoio – capital provincial."

2 comentários:

micas disse...

A H. Jones,

Agora sei que o sol da esperança voltará a brilhar em Moçambique.

Com tantos problemas e do meio da bruma aparecem Serras, Dumas, Jones, e tantos outros.

A cruzada é difícil, mas parabéns pela sua/vossa coragem. Força!

umBhalane disse...

Parabéns ao Sr. Hermenegildo Jone, presidente do Tribunal Provincial de Sofala, pela lucidez da análise, equilíbrio da opinião emitida, e pela coragem e frontalidade com que assumiu as suas posições.

Homens destes são faróis no meio da tempestuosa escuridão. Guiam-nos.

Quanto ao Sr. Tomé Matuca, juiz presidente do Tribunal Provincial de Manica, que reconheceu o mau funcionamento da justiça, a sua inoperância, o mesmo que dizer que a justiça não existe concretamente, esqueceu-se também de dizer que os delinquentes, os que perturbam a população, desconhecem/desprezam a justiça (e de que maneira, continuam impunes), as normas sociais e cívicas. E que as autoridades, vulgo a Polícia, muitas vezes pactua com os malfeitores – soltando-os, em vez de os apresentar à “justiça”.

2 faces de uma mesma moeda!