Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
04 outubro 2007
A beleza do arco-íris
Sucederam-se hoje as intervenções bondosas e grandiloquentes sobre a paz, com a ausência de Afonso Dhlakama, presidente do maior partido da oposição, Renamo. Vários cultos religiosos, múltiplos apelos à reconciliação. O arcebispo de Maputo, por exemplo, Francisco Chimoio, disse que a paz é um produto de Deus. Um representante da comunidade de Santo Egídio afirmou que no dia 4 de Outubro de 1992, quando lá se assinou o acordo de paz, viu-se um arco-íris, sinal de diversidade e de paz. O antigo presidente da República, Joaquim Chissano, em intervenção ética, afirmou que em lugar de dizermos "deixem-me em paz", devemos dizer "constrói comigo a paz". O actual presidente da República, Armando Guebuza, disse, num discurso muito patriótico, que o governo tem vencido muitas batalhas no combate contra a pobreza em favor da auto-estima nesta "pérola do Índico" e que, na "nossa pátria amada", na "família moçambicana", a alternativa à paz é a paz (Rádio Moçambique). Naturalmente que nestas ocasiões fica sempre inconveniente mostrar que nenhuma paz se alcança sem uma discussão sobre e sem uma luta por recursos de poder.
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