12 abril 2007

"Médicos tradicionais": seus conflitos e suas acusações


"Em Moçambique, existem 72 mil curandeiros, que cumprem os papéis de guia espiritual e de médicos nos distritos das 11 províncias. Médicos diplomados são somente 500." (notícia datada de 2005)

Prometi ontem que aqui deixaria um texto sobre os "médicos tradicionais" no país, tema sobre o qual me tenho debruçado amiúde neste diário. Enquanto isso não acontece, permitam-me oferecer-vos, a propósito, um trabalho interessante, perdido num portal que hoje localizei:

"Por Manuel Hussene
okn.ciuem,12-02-2007
A AERMO, Associação dos Ervanários de Moçambique, uma agremiação de médicos tradicionais é contra associações de curandeiros que usam artigos pára-militares para lograrem seus objectivos.
Ricardo Oliveira Tomo, ou simplesmente dr.Tomo, como é conhecido nos meandros da medicina tradicional, coordenador regional dos Ervanários de Moçambique, disse que as associações que procedem dessa maneira estão contra princípios de curanderismo.
Aquele dirigente dos Ervanários da região centro e norte de Moçambique apontou a AMETIM , Associação dos Médicos Tradicionais Independentes de Moçambique como aquela que usa tais artigos.
Ricardo Tomo, disse que a AMETIM possui membros que usam fardamento e botas militares bem como algemas quando precisa de cobrar impostos aos seus membros.”’Isso é mau!- disse Tomo. Onde se viu uma associação de curandeiros com artigos militares?-interrogou-se.
Mais andiante o coordenador dos Ervanários de Moçambique disse que a culpa é do presidente da AMETIM, Zarco Semo António, a quem acusa de ambicioso.
Confrontado com essas acusações, o presidente da AMETIM disse que a sua associação possui instalações próprias, que servem de sede, que são guarnecidas por homens, que de facto, usam aqueles artigos com consentimento das autoridades policiais, sem no entanto serem curandeiros.
Recorde-se que a AERMO e AMETIM são duas associações de médicos tradicionais cujos fundadores e membros são descendentes da AMETRAMO, Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique, agora em crise directiva."

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