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Em Agosto do ano passado, residentes dos bairro T3 na Matola chamaram curandeiros para descobrirem os assassinos que supostamente aterrorizavam o bairro, face à crença na ineficiência da polícia. Aos curandeiros foi dado um prazo de 15 dias para encontrarem uma solução e revelaram a identidade dos criminosos. O dedo acusador foi apontado aos estrangeiros do Zimbabwe e dos Grandes Lagos, capazes, segundo os residentes de T3, de se transformarem em gatos, ratos e cobras para violarem mulheres na calada da noite e matarem cidadãos com o fito de lhes extraírem o sangue para operações mágicas.
Em Março deste ano foram reportados casos de ataques a bens de cidadãos burundeses e congoloses em Nampula.
Num caso temos a diabolização do estrangeiro, no outro o ataque directo.
Isso parece indicar uma ruptura no capital de abertura e de recepção aos refugiados africanos.
Podemos, assim, ainda que em pequenas proporções por agora, estar já confrontados com a etnicidade sem etnia ou com o racismo sem raça face à disputa de recursos de poder.
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