22 março 2007

Pedidos de socorro contra ladrões no Malhazine


Enquanto as explosões no paiol das Forças Armadas situado no bairro de Malhazine abalam a cidade de Maputo, mensagens de celulares correndo em rodapé no noticiário da estação televisiva STV pedem socorro às autoridades policiais contra ladrões que, no bairro de Malhazine, é suposto terem invadido as casas dos moradores fugidos em debandada.
Entretanto, tem-se registado um grande movimento de ambulâncias na cidade.

4 comentários:

Carlos Serra disse...

Obrigado.

Anónimo disse...

Prof. tenho muitas dúvidas sobre a forma como a população pensa o ladrão. Deve ser um ser anormal, destituído de certos estados emocionais, nomeadamente medo. Se elas, as pessoas que temem o Muhivi, estão a fugir de um perigo, os estrondos, será que ele, o Muhivi, não tem a noção de perigo que emana do perigo? Por que é que estão tão convencidos que o Muhivi irá tirar partido do pânico? Será que o Muhivi existe na realidade? Ou só existe no imaginário da população, uma espécie de um ser sem contornos existenciais?E se só existe no imaginário popular, o que assegura a sua existência imaterial? Será a incerteza que reina no país? A imprevisibilidade face à segurança e ordem pública? Será uma espécie de revelação da falta de confiança nas nossas instituições de segurança?
Tantas perguntas, algumas banais! Quem é o Muhivi que o povo teme? Beúla

Carlos Serra disse...

Excelente pergunta, a que surge no fim do seu comentário! Aguardemos, entretanto, mais informação.

chapa100 disse...

beula, o muhivi é o que chamam de CERTEZA, a certeza de que nao vao perder o que tem, muhivi é a manifestacao de perda, a manifestacao da falta de orientacao do espaco e do tempo. o ritmo de mudancas em mocambique é bastante rapido e esta a mexer com percepcoes sociais que as populacaoes tem sobre o tempo e o espaco, podias falar do conflito de identidades e aceitacao de novos valores de afirmacao social: bens materiais e saude. o muhivi é a falta de certezas entre o passado e o futuro. a certeza do presente é este muhivi que esta presente no pensamento e na manifestacao social. a falta de certezas de que esta crise quando terminar vai deixar intacto as relacoes sociais, economicas e culturais ate aqui adquiridas ou conquistadas. a inseguranca pode ser resultado da falta de certezas, voce amarra o cabrito ou corta a pena da galinha para nao fugir, e a vida de muitos em mocambique nao esta amarrada - basta ver o ritual da igreja universal de enterrar caixoes, o ritual que fizemos quando é nos atribuido um terreno onde porque faltam certezas construimos uma palhota, ou metemos la entulho, para mostrar que la alguem vive, esta ocupado.

o professor fez uma pesquisa sobre o fenomeno de linchamentos, trouxe questoes interessantes, mas o fenomeno de certezas nao vi la interpretado. hoje o suburbio de maputo vive gente de diferentes etnias, culturas, extractos sociais, que partilham diferente CERTEZAS. onde faltam instituicoes que podiam mediar estas incertezas - dantes tinhamos o chefe de quarteirao, o chefe de dez casas, o curandeiro, o miliciano, o chefe da celula do partido, os velhotes - hoje teriamos que ter a policia, o assistente social,etc.

entao beula acho que tens perguntas muito bicudas.