O simbolismo do “poder” tem raízes antigas no país. Na verdade, já Frei João dos Santos mostrara isso no século XVII no concernente aos soberanos do Mwenemutapwa e, em particular, com os do reino do Quiteve.
Assim, os locais tinham de se deitar logo à entrada da casa real e arrastar-se no chão até ao soberano falando com ele deitados de ilharga, sem jamais poderem olhá-lo; os Portugueses que na altura por lá andavam, ainda que não entrassem arrastando-se, tinham, porém, de o fazer descalços, falando ao rei também deitados de lado. Uns e outros tinham de bater palmas de quatro em quatro palavras ditas. [*]
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[*]Santos, João dos, Ethiopia Oriental. Lisboa: Typ. do Commercio de Portugal, 1891, vol.1, pp.60-63.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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