Em Moçambique não fizemos ainda a sociologia das nossas músicas, das origens sociais dos nossos cantores. No quadro de uma tipologia fruste, penso na música rural, na música suburbana e na música dos centros urbanos penetrada pela música global americana, com visibilidade acrescida em Maputo. Fenómenos urbanos moçambicanos como Mc Roger, Dama do Bling e Lizha James, em todo o seu brilho de clown, gestão corporal e vestuária, mentalidade pimba e resposta ao consumismo popular, são herdeiros de um movimento cultural que tem, creio, a sua origem no início dos anos 90, com a consolidação das novelas brasileiras, a proliferação do vídeo e o contacto íntimo e mimético com a música americana. Por outro lado, o casamento da marrabenta com o rap e com o funk mostra bem uma mestiçagem infelizmente ainda não estudada.
Tal como a Yla, convido os leitores para um debate.
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