De acordo com uma história dita fenícia citada por Platão, haveria que ensinar nas escolas a «nobre mentira» (sic) de que os seres humanos vieram ao mundo todos irmãos mas feitos de metais diferentes, a saber: o ouro para os que deviam comandar, uma mistura de ouro e de prata para os auxiliares e uma mistura de ferro e de bronze para os trabalhadores. Como a vida se poderia encarregar de misturar os metais, haveria, então, que vigiar todo o processo de montante a juzante e pôr rapidamente cobro a qualquer tipo de alteração da ordem social. [*]
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[*]Platon, La République. Paris: GF-Flammarion, 1966, pp. 166-167.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Estava lendo Nietzsche, A genealogia da moral, e ele cita Platão e a mentira autêntica e leal dizendo que hoje poucos são fortes o bastante para praticá-la. Ele critica o moralismo mentiroso e artificial. E porque as mentiras suaves e sociais são permitidas e apoiadas pelos homens e uma mentira autêntica, que é na verdade uma forma diferente de se dizer no fundo a verdade, não é?
Mas vivemos em uma época da compaixão deificada, qualquer verdade que ofenda deve ser apagada tal como o faríamos com um grande incêndio.
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