Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
18 abril 2006
Introdução
Amigos do social: este é um pequeno canto no qual eu procurarei retomar o título de um dos meus livros, os combates pela mentalidade sociológica. E tentarei isso sob um duplo prisma: primeiro fazendo a sociologia de mim próprio e, depois, a sociologia dos outros. Na realidade, não é possível fazer a segunda sem começar pela primeira. Porque, como bem sabeis, temos, muitos de nós, o pecaminoso defeito de pensar que ao olharmos os outros estamos, nós, os sociólogos, imunes a tudo aquilo que é a carga multiforme dos nossos hábitos, dos nossos prejuízos, da nossa cultura e dos nossos valores. Nenhum ser fora de nós (terrível forma de dizer as coisas) pode ser visto, lido, interpretado, se, primeiro, não começarmos nós, sociólogos, por nos interpretarmos a nós próprios. E uma forma de começar por mim é assumir-me carregado de defeitos, mergulhado por completo em automatismos cognitivos e verbais, como diria o falecido Pierre Bourdieu. A primeira tarefa do sociólogo consiste, exactamente, em disso ter consciência e isso enunciar com honestidade.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
A nascente de um rio pode ser pequena, mas denuncia o manancial que existe na profundidade do seu subsolo
Enviar um comentário