Na sequência da minha postagem com o título Que tal estudarmos a nossa grande burguesia?, pude, graças a uma ajuda do Paulo Granjo, chegar a um artigo do norte-americano Jason Sumich, com o título em epígrafe: "No presente artigo vimos que a ideologia de modernidade defendida pela elite política dominante de Moçambique constitui um elemento crucial na estruturação das relações de poder social. Embora tenha assumido aspectos variados desde a independência do país, esta ideologia continua a ser uma forma simbólica de afirmação de legitimidade, proporcionando à elite um sentido coerente de unidade, na medida em que lhe permite monopolizar oportunidades dentro do Estado e da economia de mercado em expansão, bem como outras vantagens menos tangíveis. Através das suas oportunidades educacionais e culturais, e devido ao facto de serem, com frequência, fluentes em português e em inglês, estas elites têm a possibilidade de se «misturarem» mais facilmente com os estrangeiros que gerem as empresas multinacionais e as organizações da comunidade internacional. Através da análise desta ideologia e do seu desenvolvimento histórico, espero ter demonstrado as ligações existentes entre o poder e um tipo muito particular de ideologia de modernidade, contribuindo assim para o debate sobre o papel da modernidade no contexto africano."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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1 comentário:
O artigo do Jason Sumich e' elucidativo sobre a forma como a nossa elite se sente predestinada e intitulada e o resto nao passa de escumalha! Se olharmos para os desenvolvimentos recentes na nossa arena, ha' muita evidencia que o "status-quo" e "elitismo" destes comparsas e' algo essencialmente ao "poder politico" de que detem. Vimos ha' pouco os filhos do ex-presidente na ribalta do "empresariado de sucesso", mas hoje nada se ouve. Agora sao os filhotes do actual galo-mor acambarcando tudo, desde reabilitacao do tunduru com uma empresa ficticia a compra do recinto da FACIM. O desafio que se colega a estas elites que acham que tem o rei na barriga e', se num hipotetico cenario de perda do poder politico, se continuarao a ostentar o "elitismo" de que julgam possuir. A evidencia mostra que NAO. Quem nao conhece uma destas familias que, apos estarem no "show-bizz" vem-se subitamente na bancarrota quando o parente que estava a comer onde esta amarrado perece ou e' despromovido. Portanto, muitas destas familias navegam em riquezas sem alicerces e, para alem do consumismo e show-off axacerbado, nada fazem para manterem ou tornarem essas riquezas (ilicitas) prosperas!
Esta' neste momento em formacao, um sector dentre a juventude desta nacao, que apoiado em educacao, know-how, visao e iniciativa,estao abrindo empresas e criando riqueza, apenas alicercados em trabalho e a margem dos tentaculos e influencias politicas! Estes verdadeiros "chitas" e' que vao formar a tao almejada classe media desta nacao e nao admira que a medio, longo prazos, sejam a verdadeira "elite" desta nacao.
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