14 outubro 2008

Beirando a Beira (3) (fim)

Tal como Maputo, a Beira tem a sua riqueza toponímica. Por exemplo, a Rua do Banco Nacional Ultramarino perpendiculariza com a Rua do Governador Sousa Pinto. Mais dialéctico ainda: a Rua Pedro Álvares Cabral perpendiculiza com a Avenida Eduardo Mondlane.
Mas, enfim, isso não é o fundamental. O fundamental, na pequenina experiência de rua que fiz, foi o diálogo que, um bocado aqui e acolá, mantive com pessoas sobre quem vai ganhar as presidenciais autárquicas na cidade. Resposta genérica: Simango. Naturalmente que foram poucas as pessoas interrogadas. Mas da Ponta-Gea ao aeroporto (e aqui multipliquei-me em perguntas) sempre é variada a paisagem, por pequeno que seja o universo escutado, nesta terra do mwathu muno (= isto é nosso). Mais curioso ainda é quatro carregadores de bagagem terem-me, no aeroporto da cidade, asseverado que Simango é nosso (sic). Seja como for: vamos a ver como os candidatos Simango, Bulha, Pereira e o do PDD (cujo nome agora não me ocorre) vão lidar com o desemprego na cidade, cidade cuja vida depende muito de um Zimbabwe economicamente próspero, Zimbabwe onde hoje chegou Thabo Mbelki, agora com muito menos poder, para tentar salvar o "acordo" de partilha de poder.
Adenda: sobre a Beira, confira o blogue do Fernando Mendes aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

Professor, seria interessante investigar se o mesmo fenomeno esta a acontecer no pais do Chamwaris (Zim), dos Cambas, e por ai fora na regiao Austral ... Sera unico a Mocambique

Aqui na Africa do Sul, fora ao infeliz fenomeno Xenofobo do principio do ano nunca houvi falar de linchamentos

Axo que tal tambem eh reflexo da ineficiencia da nossa policia (e tambem justica) em lidar tanto com os criminosos como tambem com a populacao(nao gosto desta palavra - simboliza estatisca) que toma a justica nas proprias maos

Laude Guiry

Carlos Serra disse...

Olhe, Dar es Salaam, por exemplo, tem "alta densidade" linchatória. Confira aqui: http://oficinadesociologia.blogspot.com/2008/03/1249-linchados-na-tanzania-entre-2000-e_16.html