Prossegue com veemência, formal e informalmente, o debate em torno das inspeção obrigatória dos veículos. Por exemplo, deram-me a conhecer um email que, há dias, circulou na internet apelando a uma greve geral com frases do tipo "Chega de obedecermos às leis Europeias para uma realidade Moçambicana onde as estradas são um caos". O mais recente editorial do semanário "Domingo" tem um título elucidativo: "Inspecção de viaturas: e se parássemos para pensar?" (14/03/2010, p. 2). O jornalista Paul Fauvet da Agência de Informação de Moçambique ataca duramente esse editorial e situa-o no "coro das hienas que querem o fim das inspecções cumpulsórias dos veículos rodoviários."
(continua)
Pergunta: quer o leitor dar-me/nos o prazer de começar deste já a opinar? Obrigado.
14 comentários:
Eu nao tenho carro, por isso estou dispensado.mas ja que Professor pede,
Acho que deviamos perder o habito de tentar agarrar o touro pelo rabo, se nao vejamos:
Causas de mortes nas estradas
1- mau estado das estradas
2- mau estado dos veiculos
3- mau estado dos automobilistas
ja nas solucoes tentamos pegar o touro pelo rabo, explico:
1- comecou-se pelo aumento de exigencia e custos ao condutores que 'e 3 causa - o automobilista tem que culetes, triangulos, domentos pessoais e nao pessoais, e tudo o resto e ainda tem que pagar cerveja ao policia.
2- chegou-se aos veiculos, a ai sao outra vez custos e exigencia, mais pagamentos a policia por nao estar de acordo.
3- estradas- principal causa, ja paga anteriormente e diversas vezes pelos doadores, espera-se que eles deiam mais uma vez, e tambem com custos para contribuintes que querem o pais autosuficiente .
Resumindo
A essa politica ou estrategia do governo podera se chamar de " aumento de penalidade pobreza ", ou poverty penalty segundo Prof C.K.Prahalad.
O Prof C.K.Prahalad defende que a reducao da pobreza depende da reducao da penalidade que o pobre sofre, por nao ter acesso ao servicos basicos necessarios.
O caricato 'e o nosso governo, impor constantemente o aumento da penalidade pobreza, mesmo quando provado que os niveis de pobreza sao altos.
Obrigado pela referência ao Prof.Prahalad.
-http://search.barnesandnoble.com/The-Fortune-at-the-Bottom-of-the-Pyramid/CK-Prahalad/e/9780131467507
Sugiro igualmente a leitura do seguinte trabalho, que se refere ao autormencionado:
-http://www.iese.ac.mz/lib/publication/II_conf/GrupoII/Artigo%20sobre%20Proteccao%20Social_AFrancisco.pdf
Obrigado tambem, Professor.
Para mim, inspeccao sim, mas ela deve ser feita ao nivel e as condicoes locais. Para mim, a inspeccao nao nessitava os equipamentos de ponta instalados nos centros de inspeccao, que sao validos para verificar os carros q saiem das fabricas.
Do o meu ponto de vista, a inspeccao devia se restringir aos seguintes aspectos:
1. As luzes funcionan ou nao? Os indicadores luminosos de mudanca de direccao funcionam ou nao? O indicador luminoso de travagem funciona ou nao? A Luz de marcha atras funciona ou nao?
2. Freio de estacionamento funciona? Os travoes funcionam?
3. Qual o estado dos peneus (carecas ou nao)?
4. O Carro esta alinhado ou nao?
Penso que outros criterios deviam ser atenuados por agora, como: Pintura, nr de peneus, suspensao, intensidade da luz (as nossas estradas tem muita poeira e charcos de agua), libertacao de gases (o limite nao pode ser com por ex. o da Africa Sul).
Faço minhas as palavras do Karim. Falando assim, a gente se entende.
Zicomo
eu já não entendo. o fauvet já não está casado com o "domingo"? assim eles só vão dar trabalho aos meus amigos lá na antiga pereira do lago, porque ficam sem saber quem está ao lado do sistema. ou melhor, entre o "domingo" e fauvet "quem é o inimigo"? não é assim que funciona o debate cá entre nós? em vez de argumentar contra ou a favor é preciso encontrar o inimigo...
Classe Media...
Limitem a exigencia das inspeccoes a:
1- N4 (Maputo-Witbank);
2- Veiculos nacionais em transito na SADC.
E verao como o problema se resolve por si.
Os chapeiros, so sao problema, porque e negocio de quem propoe a lei.
Dizer que nao ha alternativa aos chapas, e um exagero que nao lembra o diabo.
Agora, conversas de "Africa"? Facam-me o favor...
professor,
Se a inspecçao de veiculos é para garantir a segurança rodoviária, entao deveria ser de borla, afinal de quem é a responsabilidade de garantir a segurança do povo? Acho que o povo, através dos inúmeros "impostos" que existem e que paga já deu a sua contribuiçao para que seja garantida a sua segurança e a de terceiros também.
Isso nao passa de mais um negócio instituido por uma pequenissima minoria de pessoas altamente influentes, com intuito de se enriquecerem ainda mais, enqto o povo continua na pobreza.
Acredito que a actual insegurança rodoviaria deriva de muitos outros factores que nao somente a candiçao dos veiculos. Por exemplo: o estado precário das rodovias, falta de educaçao civica (principalmente para os motoristas de chapas, má sinalizaçao rodoviaria, e muitos outros), por coincidencia a maioria desses exemplos resultam da inefeciencia do governo para os resolver...pq o Governo nao lidera dando o exemplo...que se resolva primeiro os problemas q sao da sua responsabilidade, que depois NÓS cumpriremos a nossa.
De que vale levar o carro a inspecçao, para se detectarem os problemas que NÓS sabemos que existem no nosso veiculo (nao existe automobilista que nao saiba em q condiçoes se encontra o seu veiculo,... gastarmos mundos e fundos para resolver essas irregularidades e passado pouco tempo voltarmos a ter os msm problemas (pq por exemplo as rodovias continuam péssimas).
Alias, faria mais sentido se fossem por exemplo, as Seguradoras a exigir uma inspecçao ao veiculo como condiçao para aderir ao seguro automóvel...não acha?
Concluindo, podemos ficar aqui horas a fundo, escrever ate nos fartarmos, que chegaremos sempre a msma conclusao...sao negocios de "Estado".
Aja Paciencia
MS
Agora, só vou referir-me ao título da peça.
"Inspecção de viaturas não dá para Africanos?"
ou
Inspecção de viaturas não dá para Moçambicanos?
É que os Moçambicanos são Africanos, mas os Africanos não são Moçambicanos.
Alguns, apenas alguns, o são.
Há Africanos e Africanos, e não são todos iguais.
Sobre a questão técnica da inspecção das viaturas, deixo um desafio aos Africanos da diáspora:
- O que é que os Srs. acham, entendem, interpretam desta questão (Os Srs. que estão noutros países de África, Europa, Américas,...)
Seria muito interessante o V/contributo.
Aproveitando o desafio do ilustre e estimado umBhalane, quero deixar uma pequena nota.
Na Africa do Sul não ha inspecção periodica de viaturas, apenas levamos o carro ao teste no acto da compra ou quando o carro muda de proprietario. Por outras palavras, se o carro permanecer em meu nome por muitos anos, não precisa de ir ao teste durante esses anos.
Este problema em Moçambique forçosamente tem de levantar questoes.
Quando estive de férias, há algumas semanas atrás, estive a assistir o programa 'Praça da Alegria', que passa na RTP África, onde o entrevistado, um jurista, dizia que em Portugal, as autarquias e as concessionárias das autoestradas (a Brisa) são responsáveis judicialmente pelos acidentes rodoviários comprovadamente causados pelo mau estado das rodovias.
Em relação a Moçambique, e já que querem importar as leis de outros países, quais são as contrapartidas que o Governo está disposto a oferecer em relação às inspecções dos veículos? Porque é que só os contribuintes têm obrigações?
Começo por agradecer as amáveis palavras do José.
E também as opiniões expressas pelos 2 comentários subsequentes ao meu (José e Maria).
Já deu para ver que sou mesmo acérrimo defensor das inspecções, e é bom de ver porquê.
Estaremos perante um problema redondo, tipo pescadinha de rabo na boca, em Moçambique?
Tipo, não pago impostos porque o Estado não faz nada por mim - mas como é que o Estado pode fazer algo por "mim" se TODOS procedermos de igual modo?
Os outros problemas à margem - corrupção, enriquecimento ilícito, apropriação/privatização do Estado, e sempre por aí em diante, são importantíssimos problemas, mas que não justificam, não podem ser inibidores da resolução de tantos outros.
Tem que se começar por algum lado.
E ser exigentes, vigilantes, e consequentes.
É, ou não é?
O problema parece ser, o governo comecar sempre e sempre mesmo, pelo mesmo lado.
Sempre comeca com o consumidor, com o cidadao, quando 'e pra pagar, 'e sempre cidadao. imposto, muilta, ma disposicao dos chefes, cerveja pra chefes bem dispostarem, falar como homem tambem custa dinheiro... ai 'e cidadao que paga !
Quando 'e receber e gastar, 'e sempre dirigente, doacoes principalmente. ai, pra gastar, nem vale pena cidadao pensar que vai gastar, Lei 'e Lei... ! receber nem nos sonhos ! como vai gastar ?
Cidadao tem que pagar divida do estado com imposto, mas cidadao nao sabe 'e divida de que, so tem que pagar, 'e cidadao pra pagar ! isso tambem so paga cidadao escolhido. amigos e familiares de digirentes podem beneficiar de nao pagamento, mas ai so se dirigente estiver satisfeito com escovacao dele, se nao, paga tambem ! Lei 'e Lei !
nao 'e ?
1. Nos países nórdicos todas as viaturas, incluindo atrelados vão anualmente à inspeccão.
2. Os nossos compatriotas e proprietários de viaturas têm razão de protestar contra o estado das estradas. Mas eu acho que há sempre um problema em Moçambique. Por exemplo, os motoristas/proprietários de viaturas preferem arriscar as suas próprias vidas e a dos seus concidadãos em protesto contra o estado das rodovias. Em condições normais não protestam. Se o governo não exigir inspecção das viaturas, ninguém vai protestar contra o estado das rodovias. Portanto, que paguem as suas vidas, a dos familiares e outros concidadãos. Este é também o problema dos professores que nunca protestam contra o governo pelos problemas salariais, mas são os pobres alunos, mais pobres do que os professores a pagarem as favas. E se o aluno não consegue melhorar a vida do professor, reprova. Para os nossos enfermeiros ou pessoal médico quem paga as favas sãos os pobres pacientes; para os polícias quem paga as favas são os motoristas. Assim vai a nossa vida, a nossa maneira de protestar.
Sou da opinião, que os proprietários das viaturas têm que aceitar a inspecção dos seus carros. E sem relacionar com a inspecção em si, eles podem protestar contra o custo da inspecção e o estado das rodovias.
3. Fartei-me de rir por causa da expressão: “Inspecção de viaturas não dá para Africanos”. Segundo a moda, o jornal Domingo está na linha correcta. Afinal, não é assim como se diz quando falamos de democracia, direitos humanos e boa governação?
Um abraco
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