02 setembro 2009

Aforismos perversamente perversos

Vamos lá a mais uma fornada dos meus aforismos perversamente perversos:
1. Um grupo político dominante tudo fará para convencer os dominados de que a defesa dos seus interesses particulares tem em vista fins universais, comuns a todos.
2. Os ideólogos do grupo dominante procurarão defender uma justiça superior em nome da qual a injustiça do grupo seja justificada.
3. Quanto mais os dominados preocuparem o grupo dominante mais este procurará transformar a mentalidade dos primeiros mantendo intacta a situação que gera a dominação.
4. Quanto mais uma sociedade faz apelos aos chefes, menos ela é e menos ela pensa.
5. Quanto mais uma sociedade tem quem diga "a sua opinião não é a verdade do mundo" mais ela é adulta e democrática.
6. Quanto mais uma sociedade quer a democracia das respostas, menos ela quer a democracia das perguntas.
7. Se o "sim" é o acto terminal da tirania, o "não" é o acto inaugural da democracia.
8. Se o "e" é um acto de compromisso, o "ou" é um acto de exclusão.
9. A melhor regra em valores nacionais puros consiste em fazer publicamente a apologia das especificidades locais enquanto privadamente se consomem até à exaustão as iguarias da mundialização ocidental.
10. A melhor regra em saúde primordial consiste na defesa apaixonada das virtudes curativas da chamada medicina tradicional num digno workshop para, no dia seguinte, se fazer um checkup na mais cara clínica biomédica de Joanesburgo ou de Nelspruit.

1 comentário:

Sir Baba Sharubu disse...

"Persistent poverty is the scandal of our times. It can be beaten by a combination of private investment, development investment, trade and education: all this, under the banner of responsible and democratic governance which puts money to the best possible use - for the many, not the few."

Kamalesh Sharma, Commonwealth Secretary-General