16 setembro 2009

(7) 16/09/09


1. Aqui e acolá aparece o porta-voz de um partido a dizer que a sua campanha ainda não começou por "falta de material”. Por outras palavras: sem os artifícios de sedução não se campanha, não se faz política, não se convence, não se arrolam adeptos.
2. No “café da manhã” de hoje da Rádio Moçambique (7:30), o Emílio Manhique ouviu o presidente do Partido União para a Mudança (PUM), creio que se chama Francisco Muariza (corrijam-me caso eu tenha registado mal o nome). No programa do PUM (que apenas concorre para as legislativas na província de Maputo e para o círculo de África), recusa-se quer o capitalismo quer o marxismo. Então, o Emílio perguntou ao presidente qual a ideologia do PUM. Resposta literal: “A nossa ideologia muito normalmente é modernizar tudo o que existe, é muito mais para modernizar”.
2. Persistentes são as vozes que entendem que entre os animais há aqueles que são conflituosos, problemáticos (sic) (Rádio Moçambique, noticiário das 6 horas). Na humana sociedade deste país não há nunca conflitos. Se por vezes surgem, isso só pode acontecer por efeito de mão externa ou porque estamos em campanha política e, aqui, face a forças “violentas por natureza”. A ideologia é uma coisa curiosa.
Adenda 1 às 9:07: do editorial de Salomão Moyana, no semanário “Magazine Independente” desta semana: "Nós estamos a fazer um imenso esforço para compreender a lógica jurídica da CNE mas, sinceramente, não conseguimos encontrá-la. Apenas conseguimos visualizar um grande esforço da CNE em ter eleições “livres, justas e transparentes” participadas, unicamente, pela Frelimo e Renamo. Nesse sentido, nós julgamos que esta é a pior CNE, em termos de ausência de valores básicos como independência e imparcialidade no tratamento das diferentes candidaturas. Jamais Moçambique conseguiu tão distintas personalidades para colocar num órgão que deve ser visto como isento, independente, imparcial e, sobretudo, justo nas suas deliberações. Ora, se a CNE é zelosa cumpridora da Lei, como é que as listas da Frelimo e Renamo podem ser aprovadas com número inferior de candidatos suplentes, quando as listas doutros partidos, segundo a CNE, foram rejeitadas, precisamente, por esses motivos de insuficiência de suplentes? Como é que o público pode ter confiança num órgão eleitoral que, publicamente, demonstra que também está a concorrer no pleito? A sociedade civil deve ser muito activa e atenta contra os truques ardilosos de um órgão jogador mas que veste a camisa de árbitro. É bom que o árbitro seja o próprio povo, sob pena de isto descarrilar numa altura em que se pensava que o País já tinha suficiente maturidade democrática. Estamos seriamente preocupados com a falta de seriedade de algumas pessoas!"

5 comentários:

Egidio Vaz disse...

Quando em Junho de 2007 a CNE foi conhecida, fiz um post curto e breve, onde já previa esta desorganização; esse jogo baixo; essa fraude. Na altura, poucos foram os que me secundaram, como aliás sempre me habituei em navegar sozinho, contracorrente. Dizia na altura que teriamos ao longo do quinquénio, o processo eleitoral mais desorganizado e fraudulento que Moçambique jamais testemunhou.
E parece que já estamos ai.
É a arte de criar fracas instituições:
http://ideiasdemocambique.blogspot.com/2007_06_01_archive.html#3475367275683829184
Abraços.

Carlos Serra disse...

Indiscutivelmente uma situação delicada.

Viriato Dias disse...

Parabéns Vaz pelo vatícinio. Também disse o mesmo, mas em silêncio. Esta CNE, meu Santo Deus....está pior. Às vezes dou comigo a pensar, porquê é que os órgãos da CNE são venham de fora para socorrer mais uma vez a nossa democracia? Sei lá, das ONU ou de qualquer outro organismo, porque internamente já vimos que os apetites estomacais falam mais do que a consciencia.

Um abraço

Anónimo disse...

Não sei como o Bom do Leopoldo consegue dormir, conheço o cara e era capaz de jurar que jamais contaria com essa da sua parte!
...Mas agora tem estatuto de Ministro mesmo!, de alguma forma tem que agadecer a venda do C#1

Um bom caso de análise e pesquisa caro Prof.
"A VENDA DA ALMA" ou "ATÉ ONDE VÃO OS NOSSOS VALORES MORAIS"

Chauque disse...

que nao venhao chamar o homem Egido Vaz, de apostolo da desgraça,ele teve uma visao futurista,e nao é que o homem acertou,e quem sabe se pudia dar um jeitinho na previsão do futuro Parlamento?(hahahah)

gostei do comentario do Anonimo(????) sobre o estatuto de Ministro e as regalias do mercedes C#1

ja agora porque nao demos a cara(nomes) e dexaremos o ANONIMATO ,nao sera para fortelecer o que se diz no Pais que não ha Democracia? e logo ha medo de replesarias no serviço e perca do cargo,entende-se mas temos que dar a cara(nome)