Dois ex-estudantes meus concluíram ontem as defesas das suas monografias de fim de curso com temas sobre linchamentos (tema regular neste diário) em bairros periféricos da cidade de Maputo. O Samuel procurou mostrar que no Bairro das Mahotas as pessoas, cansadas de criminalidade e desgostosas com a polícia, sabem que os linchamentos são ilegais, mas têm-nos como legítimos. Por sua vez, o Samo procurou mostrar que no Bairro Polana Caniço A as crianças são ao mesmo tempo produto de condições de vida (são agressivas), e crianças que amam brincar como quaisquer outras crianças: aqui, o símbolo dialéctico é o pneu, pneu que serve para brincar (há pneus um pouco por todo o lado no bairro), pneu que serve para linchar depois de incendiado. Clique com o lado esquerdo do rato sobre as imagens para as ampliar.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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