O João Boaventura fez questão de, gentilmente, me enviar extractos da Ilustração Portuguesa n.º 130, 17.08.1908. Escolhi duas imagens de Tete, cliquem com o lado esquerdo do rato sobre elas para as ampliar. O portal da primeira imagem não existe mais; as canhoneiras - do género das que estais a ver na segunda imagem, que anualmente chegavam à cidade de Tete nos anos 40 e 50 do século passado - não mais circulam no Rio Zambeze, sumiram com a construção de Cabora-Bassa. Mas a serra da Caroeira, que tanto amei e amo, essa sim, ainda existe, mas bem diferente, bem menos exótica (nos anos 40 havia lá em cima um pequeno restaurante, com bebidas frescas, onde podíamos ter a sensação de vencer o calor dos 43/44 graus Celsius de alguns dias). Acreditem numa coisa: conheço bem, tactilmente bem a minha terra natal.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Disseram-me que até se faziam passeios de Camelo por lá. Será verdade?
Creio que foi ou no século XVII ou no século XVIII (precisaria regressar ãs fontes) que alguns camelos foram introduzios no vale do Zambeze. Mas não há memória de o seu uso como meio de transporte ter perdurado. O mesmo se passou, no tocante à lavra, com os búfalos de água na Zambézia.
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