Apesar de o governo ter advertido que o anúncio equivaleria a um golpe de Estado, o MDC anunciou hoje publicamente em conferência de imprensa em Harare, capital do Zimbábuè, a sua versão dos resultados das eleições presidenciais, afirmando que Morgan Tsvangirai (na imagem) as tinha ganho com 50.3% dos votos, contra 43.8% de Robert Mugabe (actual presidente) e 7% de Simba Makoni, ex-ministro das Finanças. "Morgan Tsvangirai é o próximo presidente da República do Zimbabwe, sem uma segunda volta" - afirmou sob aplausos o secretário-geral do MDC, Tendai Biti. Entretanto, o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que já foi prémio Nobel e se distinguiu na luta anti-apartheid, pediu a Mugabe para se retirar, pois os Zimbábuèanos já sofreram muito e desejam mudanças na sua vida (esta última referência foi-me assinalada pelo Ricardo, meu correspondente em Paris). Por outro lado, uma fonte deu conta de negociações delicadas, na sombra, envolvendo as forças de segurança do país. Confira aqui. Se quer ler em português, use este tradutor aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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1 comentário:
Que há negociações de bastidores, é demasiado óbvio.
Salvar a face dos militares radicais, agora não apoiantes de Mugabe, de que se descartaram imediatamente perante tamanho desaire político pessoal, pois perdeu em toda a linha, dizia, os militares querem salvar-se a si próprios.
Já só pensam em sobreviver, a todo o custo.
Aqui reside o busílis da negociação.
Vamos ver como está o equilíbrio de forças no exército.
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