A propósito das eleições para as assembleias provinciais, recomendo-vos que leiam Jeremias Langa aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
Sim mano Langa gente cria lei quando precisa gente deita lei no lixo quando precisa tudo sempre numa boa e precisado depois gente vai fazer barulho sem lei na lei do barulho lol
o que eu gostaria de perceber, Professor, qual a mais valia que estas eleições irão trazer para o país no geral e para o nosso sistema democrático em particular. se adiarmos as mesmas para coincidirem com as eleições legislativas e presidenciais não seria mais racional? não estaremos a conduzir o país para um caos?
Preciso ainda de mais informação e de mais reflexão. Mas, por agora, aqui está um conjunto fruste de ideias: a nossa democracia funciona com dinheiro vindo dos doadores, creio que até transformámos os períodos eleitorais em momentos exclusivos da democracia, a democracia dos votos. Esperámos que os doadores nos dessem dinheiro, ele não veio. DesDOADORizados, rapidamente nos pusemos em campo, injectámos o "nosso" dinheiro e, por exemplo, acreditámos que a varinha mágica resolveria a um tempo a chegada dos computadores e a sua utilização local no recenseamento. Pensámos que tudo correria bem sem pesarmos que este recenseamento exigia e exige muita responsabilidade e muita preparação prévia, pois irá servir as eleições provinciais, autárquicas, legislativas e presidenciais. Aparentemente vimos de ânimo leve a utilização de computadores em locais onde não é fácil que eles funcionem ou sejam correctamente geridos, esquecemos as dificuldades locais e o "tempo antropológico" que não é distritalmente o "tempo relogial" de Maputo. Criámos leis antes, claro. Mas depois as coisas complicaram-se e complicam-se no tereno e rapidamente, em plena Assembleia da República, passámos por cima das leis para nos ajustarmos ao terreno. Enquanto isso, responsáveis eleitorais vão dizendo que os contratemos serão vencidos. Por outro lado, o Juvenal Bucuane afirmou que o gabinete jurídico da CNE garantiu não haver nenhuma ilegalidade no corta-mato efectuado em relação às leis e aos prazos. Uma das leis obriga à divulgação dos candidatos partidários em Boletim da República 90 dias antes da data do acto eleitoral. O que não foi feito. Procuramos dar uma ideia de capacidade de resolução imediata de problemas, sem nos apercebermos que apenas criámos e criamos mais problemas. Todo este percurso de corta-mato precisa de ser melhor reflecido, especialmente se tivermos em conta a experiência eleitoral de 13 anos. Diga lá agora: o que acha do que escrevi? Pode criticar-me?
Já dizia um professor meu nos tempos de faculdade que sempre que agente começa mal uma coisa dificilmente agente irá terminar com sucesso desejado...será o caso?
Para ser sincero nem eu, aqui na cidade grande, estou por dentro desse processo imaginem o pessoal lá do interior...
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