Tudo está bem, o estado da Nação é bom, estamos no bom caminho em qualquer parte deste país. Relatório presidencial, relatórios de governadores, relatório não importa de quem nem sobre o quê: estamos no bom caminho. Na oposição, também estamos no bom caminho, com o Sr.YÁ-Qub Sibindy à testa. E para o Sr. João Massango, do Partido Ecologista, muitas coisas boas se fizeram, 2006 foi um ano "politicamente estável". O que é "bom caminho"? O que é "bom"? Não precisamos saber o que é: é bom caminho, é bom, basta.
Burocratismo, corrupção? Sim, problemas sérios, a Global Integrity acaba de o dizer, mas os venceremos, "decisão tomada, decisão cumprida".
Quem disser que nem tudo está bem das duas uma: ou é doente ou é da Renamo, o que dá no mesmo para os produtores oficiais do bom caminho.
Mas, afinal, não existe um real inimigo, não existe mesmo uma coisa que não esteja bem?
Sim, existe, esse inimigo chama-se HIV/SIDA. Um alto responsável do partido Frelimo afirmou ontem em reunião popular: "Irmãos estamos a acabar, isso preocupa a Frelimo e foi por esse motivo que o congresso decidiu pela intensificação do trabalho de sensibilização para o uso do preservativo e fidelidade para os adultos e abstenção para aqueles que ainda não tem idade para a actividade sexual".
O principal inimigo é obscuro, não tem classe, não tem rosto, não se vê, não está à superfície, não está em cima, está em baixo, é baixo-ventral. Impermeabilizemo-nos contra esse implacável inimigo sem ideologia! Protejamo-nos!
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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6 comentários:
professor! este texto parece um anexo ao texto escrito pelo professor sobre sociologia da dominacao, do poder e do oprimido. em maputo existe um teatro, teatro do oprimido, inspirado na escola brasileira na encenacao das relacoes de opressao.ter ideias diferentes neste pais significa estar excluido, exclusao como parte integral da opressao.
hoje faz sentido falar da exclusao do que da exploracao. e porque promover esta exclusao? sera medo da participacao? sera medo de perder o poder conquistado?
Já ouvi falar desse grupo de teatro, que julgo inspirar-se no pensamento de Paulo Freire, que tanto respeito.Leia o seu "Pedagogia do Oprimido" e, tb, o trabalho que ele fez (e sobre o qual escreveu) na Guiné-Bissau.
obrigado professor! paulo freire para foi uma referencia obrigatoria para escolher a minha profissao e ser da esquerda.
o sergio guimaraes e ele, foi uma dupla, que libertou a mente. e obrigado pela referencia.
obrigado professor! paulo freire foi para mim uma referencia obrigatoria para escolher a minha profissao e ser da esquerda.
o sergio guimaraes e ele, foi uma dupla, que libertou a mente. e obrigado professor pela referencia.
Pao e circo, ja diziam os romanos. Pao e circo, assim se governa um pais... Pois o circo ja temos, quando tivermos o pao, ja nao sera bom caminho, sera o destino.
E ja nao ha quem tenha coragem de gritar brioches, para que algumas cabecas possam rolar. E depois ainda dizem que estamos na renascenca africana.
"Renascentemos"...
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