Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
05 janeiro 2007
Sociologia do caso SOICO
Aguardem nas próximas horas um apontamento meu com o tema em epígrafe.
Todo a controvércia Flávia/Emirec, Tribunal/Soico parece-me ter como ponto de partida um erro do juiz, básico e com gravíssimas consequências, ao considerar parte do processo uma entidade que não tem personalidade jurídica (o jornal “O País”). Tudo o que se seguiu explica-se pelo facto de não quererem reconhecer esse erro, nem o juiz, nem o Tribunal, e, em defesa fortemente tendenciosa e autoritariamente influente, de parte afectada da classe, o juiz Augusto Paulino e a Associação Moçambicana de Juízes. Dada a forte contaminação entre o Estado, o partido no poder e o poder judicial em Moçambique, nenhum destes quer admitir o erro e dar o braço a torcer. Daí todo este verdadeiro carnaval em defesa do que não é defensável, que só nos desonra e desacredita cada vez mais as nossas instituições. Os juízes são humanos e, como todos os mortais, cometem erros. O próprio sistema tem que admitir isso e garantir mecanismos de controlo e garantia de qualidade, sobretudo quando o que está em causa são as liberdades fundamentais individuais e colectivas. Felizmente a sociedade civil está atenta.
2 comentários:
Todo a controvércia Flávia/Emirec, Tribunal/Soico parece-me ter como ponto de partida um erro do juiz, básico e com gravíssimas consequências, ao considerar parte do processo uma entidade que não tem personalidade jurídica (o jornal “O País”). Tudo o que se seguiu explica-se pelo facto de não quererem reconhecer esse erro, nem o juiz, nem o Tribunal, e, em defesa fortemente tendenciosa e autoritariamente influente, de parte afectada da classe, o juiz Augusto Paulino e a Associação Moçambicana de Juízes. Dada a forte contaminação entre o Estado, o partido no poder e o poder judicial em Moçambique, nenhum destes quer admitir o erro e dar o braço a torcer. Daí todo este verdadeiro carnaval em defesa do que não é defensável, que só nos desonra e desacredita cada vez mais as nossas instituições.
Os juízes são humanos e, como todos os mortais, cometem erros. O próprio sistema tem que admitir isso e garantir mecanismos de controlo e garantia de qualidade, sobretudo quando o que está em causa são as liberdades fundamentais individuais e colectivas. Felizmente a sociedade civil está atenta.
Leia o que a seguir escrevi...feliz 2007!
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