É frequente, a todos os níveis, ouvirmos pessoas dizer que os valores morais estão em decadência.
Falamos dos valores morais como se fossem algo que sempre tivesse existido com uma determinada estrutura e que, a partir de uma certa altura, começasse a desaparecer de forma perversa e alarmante.
Porém, os valores morais mudam consoante as etapas históricas, as sociedades, os grupos sociais. Por muitos e variados factores.
Não há valores morais eternos feitos de uma única "substância". A certos valores sucedem outros.
E se, quando confrontados com esses outros valores, ficamos chocados por eles nos magoarem, por serem o contrário dos nossos valores (que consideramos sempre puros, íntegros, os únicos), apenas acontece que estamos diante de uma nova etapa histórica (ou de uma transição) que não compreendemos, que não aceitamos, que condenamos, etapa que tem outros valores, tão morais quanto os nossos.
Os valores morais são princípios e normas de conduta e integração sociais que só são "eternos" se admitirmos a sua transformação. Mas, regra geral, é difícil aceitar a transformação.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
6 comentários:
Experimente pegar no que escrevi não como uma receita e investigue. Discutirmos ao nível das ideias certas ou erradas é salutar, mas investigar, mergulhar as ideias na realidade, é melhor ainda. Abraço.
Caro(a) Esfinge, tudo muda... pergunte o que cada um desses sentimentos de que falou significam para os seus pais ou tios, confronte com o que significam para si e seus irmaos e primos e finalize nos seus filhos e sobrinhos. Vai-se espantar com as diferencas.
Os budistas dizem e creio que muito bem, que a unica permanencia do universo e a sua impermanencia.
Isso mesmo, la strega! O problema é que muitas vezes até já nos esquecemos de investigar, de sujeitar as nossas belas ideias pró e contra à rudeza da empiria. E, muitas vezes também,o mercado local aceita bem a "ciência das ideias". Por isso...permanecemos.
Eis uma questão das ciências sociais onde se pode recorrer pacificamente às ciências naturais: "Nada se perde. Tudo se transforma".
Pois, João!
Isso mesmo, Wetela.
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