21 fevereiro 2011

A propósito da revolta dos Calibãs (2)

Um pouco mais desta curta série.
Na história dos exercícios causais politicamente úteis, o velho estratagema de atribuir à mão externa a razão de ser dos protestos sociais (foi o que fez, por exemplo, o ex-presidente da Tunísia, Ben Ali) tem recebido o auxílio de duas vastas entidades, autênticos abre-latas à mão de semear: o mercado internacional e os preços sem controlo. Há revoltas populares? É porque os preços subiram e nós não controlamos o mercado internacional, defendem, de imediato, os áugures da corte. Contudo, a extensão e a intensidade das lutas populares no norte de África e no Médio Oriente fizeram surgir mais dois expedientes: o ditador e a internet.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: Calibã é uma das personagens da Tempestade de Shakespeare.

1 comentário:

Xiluva disse...

Ditador???? Expediente???