23 fevereiro 2011

Radiografia do mundo árabe (2009)

Resumos e curtos extractos de um trabalho publicado em 2009 pelo The Economist (confira em inglês diversas secções aqui), "bíblia do capitalismo liberal", para usar a expressão do bloguista brasileiro Lejeune Mirhan, que sumariza esse trabalho no seu blogue (referência no último parágrafo desta postagem):
*São cerca de 350 milhões de pessoas professando várias religiões em  22 países que se consideram árabes;
*Oposições políticas perseguidas , liberdades políticas restringidas;
*Problemas económicos graves, considerando-se que a região está em estado “pré-revolucionário”; boa parte dos rendimentos do petróleo – principal fonte de renda da maioria dos países – "fica com poucas famílias que se enriquecem cada vez mais em detrimento das condições de vida da maioria da população";
*As condições de vida, a concentração de renda e a empregabilidade não melhoraram nos últimos 20 anos;
*População cada vez mais jovem;
*Possibilidade de, futuramente, em cada cinco árabes haver um desempregado;
*Pouco mudou nas últimas décadas no mundo árabe, há pouca participação popular, os partidos políticos são controlados,restrições às liberdades de manifestação e expressão;

8 comentários:

Xiluva disse...

São dados assim que precisamos para não andarmos para aí com lengalengas.

ricardo disse...

Verdades tautologicas. Imitacoes patologicas.

Mas, a RESPOSTA, vira em forma de pergunta: Se nao concorda com o que se tem, por que nao pede demissao e vai-se embora? Se tanto nos critica, o que e que faria no nosso lugar?

Eis as (eternas) questoes.

Por isso, nesta vida, eu aprendi uma licao. Nunca se pede aos inimigos da liberdade, que sejam os fiadores dela.

E Ponto Final.

Carlos Serra disse...

As suas verdades eternas são a propósito do quê?

Carlos Serra disse...

E sobre as lengalengas?

Anónimo disse...

http://www.project-syndicate.org/commentary/stiglitz135/English

este texto é de Joseph Stiglitz premio nobel da Economia e acho que ajuda a entender o problema.
Cpts
M.F

Anónimo disse...

http://www.nytimes.com/2011/02/07/opinion/07krugman.html?_r=1

Outro artigo interessante de Paul Krugman nobel da economia sobre a crise de alimentos.
MF

Anónimo disse...

http://www.nytimes.com/2011/02/07/opinion/07krugman.html?_r=1

este é o artigo que queria colocar sobre a crise de alimentos escrito por Paul Krugman nobel da economia.
MF

ricardo disse...

Convictamente, sr. Professor as minhas verdades eternas obtive-as no dia-a-dia. E as lengalengas tambem. Tendo sido apresentado por si, um quadro realista e em tudo similar ao nosso quotidiano, nao resisti a tentacao de colocar os pontos no iis.

O anonimo que me seguiu, colocou o problema, num contexto mais analitico, quica academico. Porque na verdade, no mundo arabe, tal como ca, sao sempre os regimes e nao sao factores exogenos como as oscilacoes do mercado ou geopolitica a causa das convulsoes sociais. Porque eles sempre existiram. E continuarao a existir. A resposta a eles e que deveria ser adequada. Se me permite a comparacao. E como um governo colocar as culpas num desastre natural pelo numero elevado de vitimas e bens que destroi, numa terra onde nem bombeiros ha para apagar um incendio de uma arrecadacao. Do mesmo modo que nao se concebeu que Mubarak e agora Kadhaffi, poderiam conduzir a mudanca dos seus regimes. Estou convicto que em Mocambique tambem nao seria diferente.

E nao seria diferente pela natureza intrinseca do regime. Sustentado sempre em dogmas, planos quinquenais infaliveis e virtudes. Erros, sim, mas apenas por causa dos outros (o inimigo). Desde 1975, tenho acompanhado as tres facetas diferentes do mesmo regime, incapaz de se libertar do centralismo democratico no plano das suas decisoes. Esse e o sinonimo de "disciplina partidaria". Uma vez no poder, a ala partidaria dominante, silencia toda a oposicao interna, adoptando o unanimismo (eu prefiro chamar-lhe de sebastianismo). Dai as frases lapidares e omniscientes:

"...Se nao concorda com o que se tem, por que nao pede demissao e vai-se embora? Se tanto nos critica, o que e que faria no nosso lugar?..."

Ja agora, por curiosidade, que partido, na linha da actual social-democracia, ou ate se quisermos, socialista do mundo ocidental, tem um COMITE CENTRAL? Um Politburo? E um Departamento de Defesa? Ha aqui qualquer confusao, certamente. Por isso, e legitima a eterna questao que se coloca ao fazermos analogias egipcias: donde e que imana(M) o(S) PODER(ES) em Mocambique? Quem sao os (eternos) fazedores de opiniao? Quem sao os (tautologicos) pensadores do Mocambique? Qual e (lengalengas) o proximo projecto politico messianico (patologico) que ira iludir os cidadaos com novas promessas para velhos problemas nas urnas? E a contestacao politica, sera por ela propria, ou por contestacao ao mesmo? Apetece-me ate cogitar, que projecto politico teria a oposicao, se o regime desaparecesse hoje? Temo que nada. Sao evidencias que nos sugerem serem todos produtos do mesmo Kolkhoze. Portanto, o proprio regime, como instrumento afunilador da sociedade. E o regime, nunca mudara pelo regime. Pode ate, adoptar novas linhas politicas. Mas o seu principio dogmatico persistira. So que uma mudanca, sem o regime, e necessaria, mas o estagio de maturidade politica actual em Mocambique, permite-me afirmar que ela nunca tera lugar sem derramamento de sangue. Infelizmente.

A questao que V. coloco agora e saber - por mera hipotese academica e nada mais - se no V. sabedoria, consegue vislumbrar alguma mudanca pelo regime? Eu nao.

Por isso, disse: Nesta vida, eu aprendi uma licao. Nunca se pede aos inimigos da liberdade, que sejam os fiadores dela.

E Ponto Final.