23 fevereiro 2011

A propósito da revolta dos Calibãs (4)

Um pouco mais desta série.
Escrevi no número anterior que a extensão e a intensidade das lutas populares no norte de África e no Médio Oriente fizeram surgir mais dois fenómenos além do mercado internacional e dos preços em alta: o ditador e a internet.
Para muita gente, quantas vezes de forma ingénua, pura e espontânea, frequentemente a luta é travada apenas contra o ditador X ou Y (a árvore vê-se melhor do que a floresta) e não contra um determinado sistema de relações sociais excludentes.
Por outro lado, para certas elites dirigentes desejosas de eternização, a internet em geral e as redes sociais do tipo “facebook” em particular são instrumentos preocupantes que, de par com o celular, quebram a “harmonia social” e a “paz” (não é por acaso que em certos países árabes a internet foi cortada, na ilusão de que isso travaria os protestos, o que se gorou pois os protestos de rua foram ampliados via boca-a-boca clássico).
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: Calibã é uma das personagens da Tempestade de Shakespeare.

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