26 fevereiro 2011

Dos megaprojectos às mega-ideias (2)

Escrevi no número inaugural ontem que uma grande ênfase tem sido dada aos megaprojectos do país. O problema pode ser resumido assim: precisamos taxá-los, taxando-os a nossa vida melhora. Vou tentar discutir esse pressuposto com algumas mega-ideias.
As minhas pobres mega-ideias são precedidas da seguinte pergunta: Quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, o que estamos a aceitar? Depois de responder a essa pergunta, procurarei apresentar duas pobres mega-ideias.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique",  aqui.
(continua)

1 comentário:

Anónimo disse...

Na 1ª página do Notícias de hoje ficamos a saber que a análise dos resultados dos 6 furos realizados pelos americanos da ANADARKO na Bacia do Rovuma, revelam que a ocorrência de Petróleo não tem viabilidade económica/ comercial, por razões geológicas (porosidade).

Para chegarem a esta conclusão, estes senhores gastaram mais de 100 milhões de dólares; em regra na ordem dos 20 milhões por perfuração em offshore.

Aquilo que poderia ser mais um Mega-projecto, acaba em mais de 100 milhões de dólares de capital de risco jogado fora. Mas, investimento é isso mesmo: arriscar, quando o grau de probabilidades o justifica.

Para se chegar a um Mega-projecto é preciso investir, sem saber se os resultados virão! E quando estes apresentam lucros da exploração anual, não quer dizer que o capital esteja recuperado; está apenas uma parcela.

No caso do carvão, as concessionárias já gastaram centenas de milhões de dólares, antes de receberem um só dólar (a Vale pagou pela Licença cerca de 130 milhões de USD, parte dos quais foram para a construção da Ponte AEM), ou mesmo de terem uma definição sobre o escoamento – Beira, Nacala, Zambeze?

Por tudo isto, entendo que a discussão sobre a estratégia a seguir na análise e aprovação de projectos de investimento no país (micros, médios, grandes, Megas ou Gigas) deve ser aprofundada, com profissionalismo e ética.

Não podemos criar a imagem de que as aprovação inicial dum projecto – determinante para a decisão do investidor – é apenas uma espécie de ISCO, que tudo pode mudar depois.