27 fevereiro 2011

Dos megaprojectos às mega-ideias (3)

Escrevi no número inaugural desta série que uma grande ênfase tem sido dada aos megaprojectos do país. O problema pode ser resumido assim: precisamos taxá-los, taxando-os a nossa vida melhora. Vou tentar discutir esse pressuposto com algumas mega-ideias.
No número anterior escrevi que antes de aqui colocar duas pobres mega-ideias, era necessário responder a uma pergunta, como segue: quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, o que estamos a aceitar? A resposta é esta: quando o objectivo central consiste em taxar os megaprojectos, estamos a aceitar sermos uma economia puramente rendeira. Por outras palavras: cobramos um imposto ao que não é nosso, quedamo-nos na taxação de uma economia virada para o exterior. A ideia não é a de transformar, mas a de simplesmente recolher uma porção fiscal do que não é nosso. Viver dos megaprojectos é como sermos os recolectores da modernidade, ainda que isso possa ser altamente rentável para determinados grupos.
Imagem reproduzida de um blogue e de uma postagem de Novembro de 2010 intitulada "Transnacionais avançam sobre Moçambique",  aqui.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Sobre os grupos que refere, Professor, falta dizer que são grupos nacionais e internacionais, todos no ganho.