18 fevereiro 2011

A cada um segundo as suas necessidades, a cada segundo o seu Samora (9)

Se é o homem é a medida de todas as coisas, a política é a medida de todos os heróis.
Vamos lá então avançar um pouco nesta encruzilhada samoriana.
Perguntei-me e perguntei-vos anteriormente quantos prismas é possível adoptar no tocante a Samora Machel, ícone nacional este ano tornado modelo político. E perguntei-me e perguntei-vos por quê.
Prossigo na abordagem do prisma social inconveniente, aquele que salienta o transformador social que habitava Samora.
Escrevi, já, que, obtida a independência nacional, o país torna-se o laboratório de algumas medidas destinadas a criar novos tipos de relações sociais. Mas ao considerarmos essas medidas, temos de ter em conta três aspectos: (1) A herança da luta de libertação, (2) O corpo doutrinário das mudanças e (3) o impacto de ambas as coisas. O corpo doutrinário das mudanças tinha uma história de práticas anteriores à independência nacional, práticas fundamentalmente rurais e concentradas no norte do país. Essa história esteve embutida na natureza militar da luta. A natureza militar da luta gerou três fenómenos: (1) intransigência de princípios, (2) desconfiança permanente e (3) teorização sistemática do inimigo. Tenho para mim que esses três fenómenos precisam ser tidos em conta na análise das transformações sociais que o bloco hegemónico da Frelimo, dirigido por Samora, pretendeu introduzir após 1975.
Prossigo mais tarde (crédito da foto aqui).
(continua)

1 comentário:

Xiluva disse...

Teorizáção do inimigo...xiconhoca...hummmm, bons temas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!