As ruas são escolas. Alguns minutos bastam para nos confrontarmos com feixes de inúmeros fenómenos cruzados. Por exemplo, reparai como, nas ruas da cidade de Maputo, certas pessoas se anunciam perante outras não como pessoas mas como seres fantásticos dotados de um imenso poder anunciador, intimidador e privilegiado, através de carros a grande velocidade, sirenes de som imperial e segurança permanente e carrancuda.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Há, com efeito, mais sirenes, altifalantes e policias a acompanhar estes seres fantasticos do que há na persegução de bandidos ou evacuação de doentes.
PS: O sector de Segurança deve estar em primeiro lugar quanto ao numero de postos de "trabalho". Tanto no informal-quase todos os quintais tem um guarda- como no formal publico e privado- em frente de cada instituição há um improdutivo sentado dentro de uma farda.
Qual é o "mind set" que motiva tudo isto?
O poder de poder como diz o Prof.
Quando destituídos dos suas máscaras de poder, esses seres fantásticos levam a bordo dos bólides que por força de uma regra oculta não param de ser fornecidos, levam, dizia, gravações de sirenes e DVDs de escoltas motorizadas para satisfação das imensas necessidades que o poder cria no ego de qualquer mortal.
Enviar um comentário