Por hipótese, a história da humanidade é, também, a história de repressão
formal da sexualidade, a história tenaz do seu encaminhamento para áreas de
sexualidade controlada, digamos que áreas de sexualidade de periferia, áreas de
sexualidade sazonal (dança, boîtes, prostíbulos). E essa repressão é
fundamentalmente um fenómeno urbano, burguês. O fundamental é dotar a sexualidade de
uma existência de penumbra e, especialmente, poupá-la aos jovens em público. O
secretismo do amantismo (tão bem descrito nos romances de Stendhal) é uma forma
criticada, mas permitida em seu desvio para áreas "nocturnas",
secretas.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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