É cada vez mais forte em certos círculos a mensagem de que ser rico é uma coisa boa. Não se trata de um pensamento espúrio. Na realidade, a apologia da riqueza traduz, de forma exemplar, o desenvolvimento capitalista do país (economia de mercado, como pudicamente se diz), as relações de produção e distribuição vigentes, a consolidação da burguesia nacional em íntima ligação com o poder político e com as diferentes fracções do Capital internacional, o elogio sistemático (mesmo a nível universitário) do mundo de negócios (sob o rótulo técnico de empreendedorismo), a privatização galopante da saúde (hospitais e clínicas) e do ensino (a todos os graus, aí incluído o universitário), a proliferação dos bancos, do imobiliário, etc. Face a esse desenvolvimento (termo nefelibata em uso) e para dizer como Marx, "Os pensamentos dominantes são apenas a expressão ideal das relações materiais dominantes concebidas sob a forma de idéias e, portanto, a expressão das relações que fazem de uma classe a classe dominante."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Uma fotografia perfeita.
Assino por baixo aqui deste lado do Atlântico.
Enviar um comentário