Extracto de um texto do filósofo e crítico cultural esloveno Slavoj Žižek: "Badiou acertou ao dizer que o nome do pior inimigo, hoje, não é “capitalismo”, “império”, “exploração” ou coisas do tipo, mas, sim, “democracia”. Hoje, o que impede qualquer genuína transformação das relações capitalistas é a ‘ilusão democrática’, a aceitação de mecanismos democráticos burgueses como únicos meios legítimos de mudança." No original em inglês aqui, em português aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Esta questão da ilusão da democracia faz também levantar a questão do voto analfabeto. Defendo e sustento que o iletrado não deve ser confundido com um ente irracional como alguns afirmam. Mas, como Stuart Mill, penso que o voto só pode ser qualificado responsável se sustentado pelo conhecimento da escrita, da leitura e pelo domínio das 4 operações elementares da aritmética.
Penso que para uma eleição ser legítima os seus eleitores deveriam, no mínimo ter a 5ª classe.
Os esforços de alfabetização de adultos, educação cívica etc. deveriam ter por foco o recrutamento de mais eleitores conferindo-lhes essa necessária 5ª classe.
Uma democracia iletrada é a pior forma de ilusão democrática e muitos tiranos se servem dela.
A obtenção de um voto não consciente é uma das mais abjectas formas de manipulação do ser humano, a sua irracionalização.
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