11 julho 2014

Vasos capilares do poder político

Quando falamos em poder temos, regra geral, a concepção de um poder amplamente visível, permanente, de um poder enorme, regra geral concentrado numa pessoa. O chefe geral, o presidente, o big boss: eis o que sensorialmente nos atrai e nos motiva, eis o percurso do nosso hábito persistente, a vertigem imediata da nossa ingenuidade e da nossa imensa reverência aos grandes homens - deuses profanos por nós construídos - e seus símbolos. Porém, o poder do grande, do boss, é em grande medida veiculado e adaptado pelos vasos capilares anónimos de um sistema, de todo um sistema, vasos que, por exemplo, no nosso caso, passam por régulos, chefes de quarteirão, líderes religiosos, intelectuais guarda-portas, jornalistas yes-yes, intérpretes, etc.

1 comentário:

nachingweya disse...

Pior é quando até Conselheiros se torna yes yes! E depois quase aparecem de véu perante o povo esquecendo que a Consciência não têm por se colocar um preservativo .