31 dezembro 2008

Jovens do 5 de Fevereiro: figuras do ano no "Savana"


De forma original, afastando-se da habitual e anual selecção de figuras do Estado analisadas pela positiva ou pela negativa pela maior parte dos órgãos da informação, o semanário "Savana" escolheu os jovens que fizeram a revolta popular de 5 de Fevereiro como figuras do ano - escolha que consta em grande plano na capa e na página 2. Fazendo-o, o jornal assinalou não querer homologar a violência, mas distinguir "aqueles que saíram à rua para dizer BASTA". Foi com esse basta que o governo tomou de imediato medidas destinadas a evitar a subida dos preços dos combustíveis e dos transportes - acrescentou o "Savana". Por isso o 5 de Fevereiro foi, nas palavras do semanário, um "gesto de cidadania" por parte dos jovens - a maioria da revolta -, a maioria das "classes desfavorecidas"(sic). "A consciência que elas foram adquirindo da sua marginalização do cenário político, da distância que lhes separa do Estado, é que lhes permitiu tornar-se sujeitos e actores históricos. As lutas e inconformismos sociais, de que o 5 de Fevereiro é disso exemplo, são algumas das formas de os excluídos conquistarem a cidadania. Porque ela, a cidadania, tal como a liberdade, não é uma doação do Estado, não é algo que se dá a quem não tem quando a pede, ela conquista-se através de lutas de reivindicação. A violência que presidiu o 5 de Fevereiro é de todo condenável. Mas não devemos esquecer que quando grupos sociais se sentem excluídos e sem alternativas de negociação, fazem da violência a sua ferramenta previlegiada para protestar" (p. 2).
Adenda: na verdade, tal como escrevi na altura, no 5 de Fevereiro o povo saiu da garrafa. E foi nessa altura que cunhei uma expressão que depois foi amplamente usada nos mais variados sectores: sismo social. Certamente alguns recordam-se de que este diário foi a primeira, por vezes a única, mas sempre a mais sistemática e aprofundada fonte de informação e de análise do 5 de Fevereiro, com dezenas de entradas diárias e actualizadas. Recorde, por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui. E, já agora, recorde uma carta que escrevi ao presidente da República a 11 de Fevereiro.

5 comentários:

Anónimo disse...

em Guyana a populaçao chegou a melhores resultados sem sombra de violência

Xiluva/SARA disse...

A Frelimo que tanto critica a violencia hoje nao a usou contra a violencia colonial? O moralismo 'e sempre pos-revolucionario...

Anónimo disse...

Se for necessario!!!!
Haver um outro 5 de Fevereiro.

Anónimo disse...

dhlakas tb diz qd està ele mesmo que vai voltar pra o mato

Joaqum Macanguisse disse...

muitas casas ainda por reparar no distrito urbano numero 5 .oficialmente o projecto esta encerrado .um dos estaleiros do desactivado programa de reconstrucao foi vndalizado por populares de magoanine c por razoes simples ,aproveitar o rsto que la existe antes que os dirigentes do extinto projecto vandalizasse ( legalmente o local)