21 dezembro 2008

Cartas de Madrid (3)

E termino esta série, estando já em Maputo.
1. Já disso falei aqui, mas permito-me retomar o tema: trata-se do hola. Não importa onde, não importa a idade e a condição social de quem cumprimenta ou é cumprimentado, o hola surge. Por vezes acompanhado de um buenos dias, em caso de formalismo. Devo ser franco: é belo receber um vigoroso hola antes de pedir um café solo.
2. Vezes várias me sugeriram que visitasse Madrid, que penetrasse nos seus meandros históricos, que fosse ver um espectáculo de flamengo. Porém, tenho um grave defeito: os meus monumentos são as pessoas, basta-me ficar minutos, por vezes horas, sentindo as pessoas que passam em seus misteriosos percursos, interrogando-me, sem resposta, sobre quem são. Sempre defendi que a história não está nos monumentos, mas nos actos que acontecem e virão a acontecer.
3. O casario madrileno é sólido, sugere que foi construído para durar, sinto isso fortemente.
4. São frequentes os restaurantes e as cafeterias onde se pode fumar e se afixa um aviso a dar conta disso. Por outro lado, no aeroporto de Barajas existem muitos locais para fumadores. Naturalmente que, sendo eu fumador de cachimbo, me agradou semelhante respeito.
5. Diz-me a empregada da cafeteria: temos dificuldades em entender o português. Digo-lhe eu: quem fala português entende bem o espanhol.
6. E prontos: hasta pronto!
(fim)

2 comentários:

umBhalane disse...

Diz-me a empregada da cafeteria: temos dificuldades em entender o português.

Digo-lhe eu: quem fala português entende bem o espanhol.

Ah, Grande Carlos.

(com o devido respeito)

Abraço

umBhalane

Carlos Serra disse...

Abraço!