Termino esta breve série: expulsos os humanos, começou a revolução, o animalismo. Os porcos inteligentes e letrados passaram a governar os outros animais, tendo criado um hino da revolução, um protocolo de ódio ao inimigo externo e um guia ideológico com sete mandamentos. Nestes sete mandamentos, havia uma teoria do inimigo ("Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo") e alguns interditos do género "Nenhum animal dormirá em cama". O tempo passou e as coisas começaram a mudar. Por exemplo, nos mandamentos: "Nenhum animal dormirá em cama com lençóis" e "Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que outros". O hino da revolução foi abolido e um pacto assinado com humanos agricultores. Estes e os porcos viviam bem, enquanto se degradavam as condições de vida dos outros animais, animais que não mais sabiam qual das opressões era a pior: se a humana, se a animal.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é muito fraco para puxar o arado e não corre o bastante para caçar coelhos. Pois apesar de tudo é o Senhor de todos os animais...
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