17 agosto 2008

Brasileirando a alma (3) (continua)

Vamos lá prosseguir um pouco mais esta série, a poucos dias de repartir para o Brasil.
No Rio de Janeiro, em 1997, pouco tempo tive para conhecer a sua alma. Fiquei-me, por isso, em pequenas coisas da rua.
Uma vez, mesmo à entrada da Universidade Federal, vi algo que me chocou profundamente: estavam jovens dormindo do lado de fora do muro externo da entrada, embrulhados em mantas, era ainda muito cedo, não me recordo da hora. De repente um carro da polícia parou com grande estrépito e dele saíram 5 enormes polícias (policiais, para dizer a coisa à brasileira), cenas rápidas de violência caceteira e os jovens foram metidos no carro, que pouco depois arrancou em grande velocidade. Dor na alma, impotência inexorável.
Numa outra vez descobri estudantes universitários moçambicanos habitando uma flat a pouca distância do Hotel Glória. Uma das coisas que me contaram é que eram periodicamente revistados (encostados a paredes, mãos ao alto) de noite pelos polícias. Tristeza, protesto nas vísceras.
Como não suporto ambientes fechados e amo as ruas, também tentei saber da gente que as povoa, fotografá-la com os sentidos, em curtos momentos.

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