20 agosto 2008

Brasileirando a alma (4) (continua)

Prossigo a série, bem próximo agora da repartida para o Brasil.
Falo-vos do Brasil que conheci via Rio de Janeiro em 1997.
Disse-vos, já, que pouco tempo tive para arqueologizar a alma brasileira. Mas, a partir da Universidade Federal, pus-me nas ruas, andei vendo e ouvindo, andei também na feijoada aqui e acolá em restaurantes.
Ali, no RJ, aquele povo é calórico, empático, gente passa correndo é certo, gente muita, mas não menos gente forma grupo, encosta na parede, fica junto dos passeios, no bula-bula alto. Em certas cidades europeias que visitei, difícil ver bula-bulação, gente grupada, gente encostada nas paredes, sempre está correndo e virada para dentro de si como se destino fosse correr e vida matar as palavras. Tudo tem ordem, geometria nessas cidades frias. Ali, no Rio, também há ordem (e muita), mas seu povo se encarrega de lhe dar o toque mágico da vida cavaqueira e subversiva.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cá continuarei a ler estas lindas crónicas.