Quando cheguei ao Rio, enganei-me na escolha do táxi. Sou distraído e falho de qualquer sentido de orientação. Em lugar de sair do aeroporto para o lado dos táxis oficiais, lado direito - como me tinham ensinado -, saí pelo lado esquerdo, dos desenrasca. E apanhei de imediato um táxista magro convencedor, de fala demasiado grande para o seu corpo, carro absolutamente xigorogoro (=carro velho) como aqueles que apanhamos no nosso aeroporto internacional aqui em Maputo.
E lá fui com o homem, do lado direito as favelas do Rio em seu imenso segredo, à minha frente aquele táxista que logo entendeu que o meu português pertencia a Portugal e por isso encaixou num ápice na sua verborraica genealogia um glorioso antepassado português, tudo isso enquanto, já dentro da cidade, afrouxava constantemente para elogiar os bumbuns-jeans das muitas raparigas que ia vendo e acariciando com suas palavras sem fronteira, chegando uma vez mesmo, sentidos em riste, rosto afogueado, a parar, falador, face a um bumbum mais portentoso, o que gerou da parte da moça uma palavra que não cabe aqui.
Quando cheguei ao Hotel Glória, do lado esquerdo fiquei com a alma na Copacabana, à frente-cima com um helicóptero que aterrava no terraço do edifício e do lado direito com a mão a pagar 90 reais (vejam só que descaro!) ao desembaraçado e bumbuneiro táxista.
3 comentários:
hehehehe Esse tb é o meu problema..
"sentido de orientação geográfica"
Basta-me entrar numa loja de um centro comercial, e quando saio engano-me sempre.Nunca sei para que lado tenho que continuar.
Mesmo tentado fixar " un point de repére" antes de entrar na loja, zas lá estou eu novamente no sentido errado..:-)
Um bom fim de semana Prof..
Lisa
Malfadado sentido...
motorista com um estereotipo bem carioca mesmo, malandro e descarado! hehehe
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