04 abril 2007

Quando o trabalho migratório desmigra

Ouvia ontem a Rádio Moçambique no seu noticiário das 19.30. E ouvi o Luís Covane, meu antigo aluno, hoje vice-ministro da Educação e Cultura.
Estudante brilhante, Covane especializou-se no estudo do trabalho migratório. Trabalho migratório é uma expressão fascinante e certamente complexa. Mas a sua alma é apenas uma: a do movimento, a do anda-sempre, a do múltiplo sentido.
Mas ontem, como porta-voz governamental e dando conta dos resultados de uma sessão ministerial, Covane apenas tinha um sentido: o de segurar e homologar um discurso imóvel (et pour cause), um discurso mostrando que o governo tudo está a fazer para ajudar as vítimas da tragédia de Malhazine, um discurso omisso das razões por que o paiol não foi desactivado antes de provocar a tragédia que provocou.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tambem ouvi (RDP Africa) que o governo ia reconstruir as casas, ia distribuir pensoes de invalidez e atender os meninos que perderam os pais ou seus encarregados de educacao. Me pareceu que o porta-voz do governo procurava, a todo o custo, livrar-se da pressao popular satisfazendo o seu anseio; entretanto uma ansiedade insatisfeita. Outro aspecto que nao disse foi como estavam a decorrer as investigacoes para esclarecer as causas da explosao, se calhar faz parte de segredo de justica, a velha maxima.

Egidio Vaz disse...

O governo não vai indemnizar as vítimas. Há-de ver caro Professor. Se o fizerem á um punhado de gente, numa enceação televisionada. E depois começarão com as manobras dilatórias: apresentação do BI ou outro documento de identificação (onde encontrará o BI, se ele já se foi com as explosões do PAIOL? Isso já aconteceu com as vítimas de Tenga. E muitos ão se beneficiaram das compensações dos CFM. A ver vamos.